quinta-feira, 22 de julho de 2010

Quando a preocupação ultrapassa limites

Essa semana minha vida deu uma reviravolta. Aliás, minha vida não, minha cabeça. Algumas coisas que eu fantasiava no segredo da privacidade do meu quarto ocorreram. Uma delas ocorreu de uma forma absurdamente fora do controle de qualquer um e as repercussões foram catastróficas.

O pior de tudo, é que eu, a pessoa mais afetada por tudo, consegui lidar com a situação. As pessoas ao meu redor, preocupadas com o meu bem-estar, não.
Não cabe dizer o que aconteceu, até porque "somethings are best unsaid", mas fiquei embasbacada com a capacidade de ultrapassar os limites que as pessoas têm.

Há umas duas semanas atrás, dei um tapa na cara de um certo rapaz após ter ouvido uma frase desaforada de forma gratuita. Tanto eu com o tapa, quanto ele com a frase maldita, passamos dos limites. E quando eu pensei que tudo tinha finalmente sido destruído, eis que o destino nos pega de surpresa e toda a situação virou afrodisíaco.

Mas ó, o que na verdade eu vim falar aqui, foi dos meus amigos passando dos limites.
Toda aquela baboseira de "cuidado", "você foi longe demais", "olha lá o que você vai fazer" é uma chatice de se escutar, mas faz parte do sermão que você ouve e faz, quando qualquer indivíduo comete um desatino. Aceitável.

Agora, tudo tem seu limite. Eu beber além da conta, participar de uma aventura - digamos, uma mancada de porte médio -, ficar com a ressaca física e moral, ter que arcar com as consequências de tudo e ainda ter que ouvir um amigo descontrolado, achando que sabe o que é melhor pra mim ou que pode dizer se eu tô errada ou não, através de ofensas, insinuações e xingamentos, é DEMAIS pra minha cabeça.

Confesso, sou uma pessoa exageradamente passional. Eu não sei me proteger! Eu sempre dou com a cara na porta e continuo caindo nos mesmos buracos, porque eu simplesmente não sei fugir da vida para tentar me esquivar de sofrimentos que ela possa me causar.
E eu cansei de todo mundo querer cuidar da minha vida. Eu gosto e sei que meus amigos se preocupam comigo. Mas existe uma linha tênue entre demonstrar carinho e querer tomar conta dos meus atos. Ora, se não quer ouvir minhas lamúrias, assistir meus repetitivos fracassos e me apoiar quando eu finalmente me der conta de que é hora de levantar - e ter direito a recaídas, sim!! - não preciso de você.

Eu preciso de alguém que diga "po, vc não devia ter feito isso né? Isso vai ter consequências, toma cuidado" e depois solte uma risada dizendo "Mas eiinn, não acredite que você teve coragem, sua louca!!". É disso que eu preciso! Não preciso de ninguém me apedrejando em praça pública!
Faça-me a favor! LEAVE ME ALONE!

sábado, 10 de julho de 2010

Comunicadores Internos

MSN, Gtalk e afins são mania mundial e geralmente de acesso estritamente proibido dentro das empresas.

Eis que na empresa onde trabalho, a fim de melhorar a comunicação entre os funcionários, foi instalado um programa de comunicação interna.

FUNCIONOU!

Os funcionários começaram a se comunicar tanto, que as conversas viraram jogos virtuais de adedonha em dias tediosos, discussões sobre o sexo dos anjos, piadas, comentários e apostas futebolísticas, sessões de psicoterapia, entre outros. Enfim, comunicação verdadeiramente interna.

A diretoria resolveu então interferir na demasiada boa comunicação entre os funcionários, colocando de plantão um vigia da informação, mais conhecido nos tempos de colégio como X-9. O tal, cumprindo com perfeita maestria sua função, delatou todos os colegas de trabalho, colocando assim, o pescoço de todos na guilhotina. Acredita-se que até as conversas cuidadosamente realizadas em outro idioma foram devidamente traduzidas para fins de descoberta de informações valiosas.

Hoje teve reunião de bronca. Fomos pegos com a boca na botija. Afinal de contas, não utilizávamos o SPARK apenas para trocar dados de trabalho, mas também alguns que nos ajudam a lidar melhor uns com os outros, aperfeiçoando assim, a nossa qualidade dentro da empresa, penso eu. Nos tornamos amigos através do SPARK!

Agora, além de nos sentirmos na casa do Big Brother Brasil, vigiados 24h por dia, ouvimos falar em lei do silêncio, baias com isolamento acústico e quaisquer outras barreiras para impedir a comunicação e boa relação entre os empregados.

O jeito foi voltarmos diretamente para a 5ª série e trocar bilhetinhos e aviõezinhos de papel. Desta forma demora mais, mas pelo menos podemos falar sem censura. Pelo menos até descobrirem o nosso mais moderno sistema de relações humanas!