sexta-feira, 25 de julho de 2008

Despedidas

Bom, agora que estou há 15 dias de chegar no Brasil, estou com uma sensação muito estranha. Quarta-feira vou pra Alemanha e depois pra Itália e dia 09/08 estarei no Brasil, com a graça de Deus.

Se fosse há 2 meses ou mais atrás, eu estaria pulando de alegria, sem dormir de ansiedade, mas a verdade é que nos últimos dias comecei a sentir falta de Londres. Quando vou pra escola, dentro do ônibus eu não faço nada além de olhar pra cada pedacinho de tijolo, para cada letreiro em inglês, para cada esquisitice britânica... O fato é que eu odeio despedidas!

É sempre assim! Quando você começa a se apegar, tem que dizer adeus. Tenho uma super amiga que mora em Natal. Quando ela morava em Brasília, nós éramos inseparáveis, e de repente o pai dela resolveu voltar pra terra dele. Foi um tapa na cara! Foram os dois anos mais intensos da minha vida aqueles em que ela morou aqui, e até hoje dói muito saber que ela não está mais quando eu preciso dela. Outra coisa que a gente sempre tem que se despedir: babá / secretária do lar. Perdi as contas de quantas vezes me apeguei a alguma delas, e por alguma razão elas foram embora, como se fossem apenas funcionárias, como se já não fizessem parte da minha vida de nenhuma forma! Professores queridos, entes falecidos, modas, manias, viagens, músicas... Há sempre pra quem dizer "goodbye"!

Alguém já avisou que isso não tem a menor graça?! Poxa... por que eu não posso levar comigo meus amigos italianos, coreanos, espanhóis, poloneses, croatas...? Por que nunca podemos ficar com aquilo que amamos, sem correr o risco de algum dia ter que dizer adeus? Por que a vida tem que ser como um revezamento, onde alguém segura o bastão por algum tempo mas depois tem que passar adiante?

Depois de ter desabafado, penso... penso bem e penso que nós sempre levamos um pouquinho daquela pessoa ou lugar ou etc de que nos despedimos. Isso é o nosso passado. Eu trago um pouquinho daquela garota que adorava Chiquititas, um montão daquela que era louca pelos Backstreet Boys, um pouco da Klara (minha amiga de Natal), um pouco das loucuras do segundo grau, uma pitada da inocência do primeiro, a fé de quando fiz Escalada, o entusiasmo de quando passei na UnB... E assim, estou levando comigo um bastante de Londres... da Europa e tudo o que eu aprendi... Vai deixar saudades...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Promessas e juras

Esses dias vi online no orkut, uma pessoa que eu considerava minha amiga, e comecei a pensar sobre promessas. Estudávamos juntas no 2º grau e éramos muito amigas. Quando foi se aproximando o fim do ano de 2004, ela prometeu que isso não iria acabar com nossa amizade. Mas o fato é que acabou. Não serei hipócrita de dizer que não. Que ainda a considero minha super amiga e se ela dissesse isso eu não ia acreditar. Mas por que será que a gente vive fazendo promessa se não vamos cumprir?

Comecei a voltar no tempo e lembrar de tantas promessas não-cumpridas! E não só pelas outras pessoas, mas por mim também! Por mais que eu tente cumprir tudo o que prometo, nem sempre rola. Amigos fazem muito isso. E amigos supostamente devem sempre dizer a verdade. "Você promete que me conta tudo? Você promete que sempre vai dizer a verdade?" "Tá bom, eu prometo!". No dia seguinte a criatura aparece com a roupa mais brega que você já viu e você sorri como quem aprova. Tem alguns que até se arriscam e elogiam. Como somos hipócritas!

Mas eu desconfio de uma explicação plausível pra tudo isso. Nós, seres humanos, precisamos ouvir promessas! Estamos a cada dia clamando pra ouvir uma promessinha, uma jurinha que seja...! Afinal, qual seria minha reação se naquele final de 2004 a Adriana virasse pra mim e dissesse: "Então é isso... acaba por aqui, vamos ser realistas, não vamos nos ver mais mesmo, foi bom te conhecer!". Eu ia achar ela a maior otária! Tudo se resume a isso! Estamos em constante necessidade de uma promessa, mesmo que ela não seja cumprida!

Por isso, eu sugiro que, a partir de agora, todos nós, antes de abrir a boca pra fazer uma promessa ou jura, pensemos bem no que estamos falando! Que nos esforcemos ao máximo pra fazer todas as promessas serem cumpridas! Procurar os velhos amigos e deixar tudo em dia, não dizer "para sempre" pro seu próximo (a) namorado (a), não jurar pra sua mãe que vai estudar mais, ou até mesmo repensar as resoluções da noite de ano novo!

E como parte da minha primeira promessa cumprida, aí vai uma declaração pública de que o último post (Certo e Errado) foi inspirado num poema épico, abstrato, de autoria da dona Bárbara Elizabeth de Freitas! Inspiração!!!

Cumpram suas promessas!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Certo e Errado

Nos tempos antigos, a sociedade tinha regras implícitas e a maioria das pessoas cumpria. Hoje em dia, eu acho que as regras de antigamente viraram proibições e as proibições de antes viraram as regras de hoje. Por exemplo, ser virgem depois dos 20 é um absurdo pra maioria das pessoas. Casar virgem então, é uma utopia. E se você disser por aí que é virgem, prepare-se para ser metralhado pelo julgamento alheio. Ao contrário disso, antigamente quem não casasse virgem era apedrajado nas ruas. Por outro lado, hoje em dia uma mulher que tem 3º grau, mestrado, doutorado, que é independente, é admirada pela sociedade. Antigamente se uma mulher estudasse, a família virava motivo de chacota, visto que esse era o papel do homem.

O fato é que entra década sai década, somos bombardeados por conceitos, padrões e regras implícitas. Mas afinal, o que é certo? E o que é errado? E quem é que tem o direito de começar a ditar como devemos nos comportar? Ou como devemos falar? Ou com quem devemos nos relacionar?

Não foi uma nem duas vezes que eu perdi dias, semanas e até meses procurando uma solução para um problema, mas uma angústia me tomava por inteiro porque eu sempre estava a procurar qual seria a atitude certa. É certo magoar alguém? Não... Mas é certo se magoar também? O que é certo e o que é errado quando você não tem opções? Quando você já pensou em todas as possibilidades e ainda continua sem saber o que fazer? É errado querer arriscar o pescoço em busca do que você acha certo?

Eu acho impossível tentar impor um padrão. O mundo é louco demais pra isso. Eu e meu irmão fomos criados da mesma maneira. Entretanto, seguimos caminhos totalmente diferentes. Foi erro da minha mãe? Ou foi apenas maneiras diferentes de interpretar as regras, idéias e sentimentos? Por mais que você tente criar seus filhos de uma maneira, não espere que ele vá ignorar os próprios pensamentos, ideais e instintos por que você não concorda! As pessoas são muito individuais para aceitar qualquer coisa que alguém impôs. Axo que é por isso que a sociedade mudou tanto! Porque sempre teve alguém pra se rebelar e dizer: "Pro diabos! Eu não concordo!" e começava a espalhar as idéias que ele achava correto.

É por aí. Pensando bem, acho que não tem como saber o que é certo e o que é errado se a gente passar a vida toda pisando em ovos. O que é certo pra mim, pode ser errado pra você, e vice-versa. Se sua consciência estiver limpa, não há porque se sentir mal. Ás vezes pra descobrir a sua verdade - ou seja, o que é CERTO pra VOCÊ -, é preciso quebrar muito a cara. É preciso se magoar, magoar as pessoas que são importantes pra você... Mas isso, por mais errado que pareça, não é! Porque tudo isso é a sua corrida! São os erros em busca dos seus acertos!

domingo, 20 de julho de 2008

As pessoas

Como tem gente nesse mundo né?! No Brasil somos 190 milhões, é fácil achar gente de tudo quanto é jeito. Mas aqui na Inglaterra eles são, se não me engano, 40 milhões, e eu nunca conheci tanta gente diferente uma da outra!

Primeiro dia conheci uma mulher turca que namorou um sul-africano e teve um filho inglês. Cara de turco com olho azul. Ela turca com cara de chinesa. E a cada dia conheço gente mais estranha! Tirando a aparência, são as personalidades e costumes. Minha melhor amiga aqui é coreana. Cara redondinha, olhos quase fechados, uma ótima risada e, como todo oriental, um poço de paciência. E pensar que o mundo é tão grande, tudo tá tão bagunçado e globalizado, mas ainda há coisas que a chocam. Ver um casal gay na rua é o fim pra ela. Fica nervosa, se sente acuada. E nem gosta de pensar que ninguém é gay. Por mais que o cara esteja mostrando com todos os sinais que é gay, ela prefere não acreditar. Conheci uma finlandesa esses dias. Ela disse que no país dela todo mundo tem sauna em casa. E a sauna é ligada a – ACREDITEM OU NÃO – 80 ºC. Aqui também fiquei sabendo que os japoneses usam 3 alfabetos. Confirmei que franceses não são muito chegados a banho. Descobri que britânicos comem super mal. Que dá pra reconhecer um espanhol e um italiano só de ouvi-los falar inglês. Tive certeza que os brasileiros são os mais divertidos. Que garotas muçulmanas não são tão passivas como imaginava. Etc, etc, etc...

Tem essas coisas interessantes que enquanto estava no Brasil, nunca imaginei encontrar. Mas cara... como tem gente CHATA nesse mundo também! O troféu obviamente vai pra gerente tcheca do McDonalds, aquela cabrita desmamada que só não é mais chata por falta de espaço. Mas o segundo lugar, vai pro francês que mora aqui comigo. Como dizem por aqui, total PAIN IN THE ARSE! O cara ficou maluco porque algum gênio estava tomando banho e molhando todo o chão do banheiro, depois ficou maluco porque beberam água e não lavaram o copo, entre outras coisas idiotas mais. Vive esbravejando que limpa a casa mais do que os outros 6 moradores da casa, mas me diz: quem pediu pra ele limpar mais?? Limpa porque quer, porque é um otário! O cara já quase botou fogo na casa umas 5 vezes. Ou seja, incendiar a casa tudo bem, mas beber água e não lavar o copo na hora ou molhar o chão, nem pensar, né?! Ah, faça-me o favor...!

É estranho pensar como tem gente diferente. Religioso, pervertido, calado, extravagante, gay, bi, hetero, brincalhão, sério, estudioso, vagal, bêbado, careta, engraçado, tem os que tentam ser engraçados, os nervosos, calmos, solícitos, do tipo “to nem aí”, revolucionários, prestativos, infantis, maduros, neuróticos, naturebas, carnívoros, charmosos, feios, gostosos, bonitos, fedorentos, cheirosos, funkeiros, rockeiros, pagodeiros, sertanejos, românticos, galinhas, preconceituosos, medrosos, corajosos, coreanos, japoneses, brasileiros, senegaleses, finlandeses, espanhóis, italianos, poloneses, britanicos, asutralianos, paquistaneses, escoceses...

Às vezes penso que tudo depende do momento. As pessoas não reagem sempre da mesma forma. As pessoas não são as mesmas pessoas todo o tempo. Por isso que dizem por aí que quando "a bebida entra, a verdade sai". Porque a bebida tira as pessoas do sério. Quando estamos sóbrios, estamos concentrados em o que vão achar de nós ou nas consequências dos nossos atos. Isso não é apologia ao álcool, mas um convite ao ato de inebriar-se! Inebriar-se com a vida! Com a chuva, com uma paixão, com um sorriso, com a liberdade e com todas as verdades que inspiram! E assim deixar transparecer todas as pessoas que estão escondidas dentro de você!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Verdades e mentiras

Tem uma música que eu gosto que diz que "existem pessoas que dizem o que você quer ouvir. Até mesmo em um dia nublado, elas insistem em dizer que o céu está claro". Hoje a ouvi e comecei a pensar em verdades e mentiras. Tem gente que prefere ouvir uma mentira light do que uma verdade cruel. Eu particularmente, prefiro a verdade. A não ser que a verdade seja que eu engordei uns 5 kg desde que me mudei pra cá. O que, entretanto, não precisa ser uma verdade dita porque basta olhar no espelho. E pra isso tem outra música que diz: "Algumas palavras são melhores se não ditas". O pior é que eu também não gosto de dito por não dito. Pra mim, as coisas tem que estar sempre claras.

Mas existe uma linha tênue entre uma mentira light e uma verdade cruel. Eu tenho tido alguns problemas com meus últimos namorados. Parecem que eles sempre preferem abafar o caso pra evitar uma briga, porque já conhecem o meu gênio e sabem que quando eu invoco, sai de baixo. Mas como eu sempre aviso pra eles, é pior. Porque tudo começa a acumular, a raiva vai ficando guardada, a mágoa cresce e quando explode sobra pedaço pra tudo quanto é lado. Eu acho que eu prefiro ouvir a verdade até mesmo se a verdade for "pô, fiquei com outra pessoa" ou "você canta mal" ou coisa do tipo. Eu não estou dizendo que ia ser bom escutar, mas o fato é que o tal clichê "a verdade sempre aparece" é verdade! Nem que seja muito tempo depois, a pessoa acaba descobrindo.

Qualquer tipo de relação íntima, requer confiança e honestidade. Uma mentirinha light aqui, outra ali, tudo bem, mas já vou avisando que é perigoso. Das duas, uma: ou a pessoa fica viciada em contar inverdades e/ou a outra pessoa fica muito vulnerável. Todo mundo sai perdendo. O "mentiroso" não consegue mais lidar com o fato de uma hora ter que dizer a verdade e outro não consegue lidar com o fato de ter que ouvi-la e se desespera.

Mas também tem o outro lado da moeda. Às vezes as pessoas simplesmente não aceitam a verdade. Elas não acreditam no que ouvem e começam a ficar procurando razões pra se preocupar, pra se chatear, e enlouquecem se perguntando "onde foi que eu errei?!". A verdade existe, mas nem sempre tem uma razão de ser. Meu irmão quando era menor, adorava cebola. Agora ele odeia. Essa é a verdade. Sem razão nenhuma! Minha mãe não aceitava isso no começo, mas ele não sabia explicar. No último Ídolos, a vice-campeã era humilhantemente superior à vencedora. Mas perdeu. Sem razão aparente. Fazer o que?

Nem tudo o que planejamos dá certo. Dizer "pra sempre" e "nunca" tem se tornado cada vez mais decepcionante, porque a verdade é que é difícil prever o que vai acontecer no próximo capítulo da sua vida. É difícil entender porque nós mudamos tanto de pensamentos, sentimentos e convicções. Mas eu prefiro não viver num mundo de fantasia, porque a vida é cruel. Com todo mundo. Todo mundo já se decepcionou com um amigo. Todo mundo já levou um fora. Todo mundo já entrou numa roubada. Todo mundo já tirou nota vermelha. Todo mundo já desapaixonou da pessoa certa e principalmente se apaixonou pela errada. Todos nós temos experiências e histórias pra contar. E pra ser sincera, eu, verdadeiramente, acho a verdade muito mais atraente.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

O TEMPO

Alceu Valença um dia pensou numa coisa muito estranha e escreveu uma música, que aliás, uma das minhas preferidas dele: "a solidão é fera, a solidão devora, é amiga das horas, prima irmã do tempo e faz nossos relógios caminharem lentos causando descompasso em meu coração..."
Eu não sei se ele queria falar do tempo ou da solidão, mas vindo morar aqui em Londres, eu descobri que uma coisa está muito ligada a outra. Todos os meus amigos e familiares estão no Brasil e aqui eu me sinto muito sozinha, como já era de se imaginar. Divido um flat com 7 pessoas e ainda me sinto só. Como isso é possível? Eu xeguei a conclusão de que tudo é culpa do tempo.

As pessoas que vêm pra cá pra ficar um mês, dois meses, nunca se sentem assim. E foi assim comigo também nos dois primeiros meses. Eu não derramei uma lágrima. Tudo em Londres era perfeito pra mim, até que eu arranjei um trabalho no McDonalds... De repente o tempo foi ficando contra mim... Eu olhava no relógio e as horas nunca passavam. Eu sentia que trabalhava duas horas e quando via, só tinha se passado meia hora. Em oposição, o tempo que eu tinha depois da aula, passava voando. Eu chegava em casa, comia, tomava banho e num piscar de olhos já era hora de ir pra cama. Aqueles dias foram uma tortura. Cada minuto era como uma navalha abrindo minha pele de ponta a ponta. Eles também foram responsáveis por um gigantesco aumento na minha saudade de casa.

De repente tudo fazia sentido pra mim. Eu tinha vindo pra cá, não só pra melhorar meu inglês, mas pra aprender a dar valor a tudo o que eu tenho no Brasil. Daí todas as vezes que minha mãe falava que meu período aqui estava passando muito rápido, eu só conseguia pensar que ela estava louca! Pra mim tem sido uma eternidade! Não que Londres tenha se tornado o monstro que me apavora, mas estar aqui me fez enxergar o quanto eu sou feliz no lugar ao qual pertenço.

Agora é quase hora de voltar pra casa. E de repente o tempo está em câmera lenta de novo. Não consigo dormir, por conta da ansiedade, não sinto sono e fico vagando na internet até 2h da manhã. Hoje meu namorado disse: "Faltam 12 dias pra eu ir praí. Parece pouco, mas o tempo não passa!" E não é que ele tem razão?

Às vezes olho pra trás e penso em tudo o que vivi nesses quase 6 meses morando aqui. Foi tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo! Acho que precisaria de dois anos inteiros da minha vida normal pra sofrer tantas mudanças! Afinal, estou achando que nem sei mais se considero que tudo passou muito rápido ou muito devagar.

O fato é que é sempre assim. As coisas boas, tipo uma viagem pra Paris, duram uma semana no calendário, porém trinta minutos na prática. Coisas ruins, tipo trabalhar num lugar horrível fazendo coisas que você odeia, duram três meses no calendário, e uma eternidade na prática. Parece que o tempo está sempre a favor de nos ferrar. Quanto mais você deseja que algo dure muito, mais rápido será. E vice-versa.

O tempo ensina e castiga. Aprendi muitas coisas no meu "London time", mas também várias coisas me castigaram. Muitas coisas que aprendi ou percebi, só poderei colocar em prática quando eu voltar. E as coisas ruins que passei, não poderei apagar, mas compensar, talvez.

Algumas pessoas acham que eu odeio morar aqui. Algumas pessoas acham que eu sou infeliz aqui. Mas isso não é verdade. A tristeza que muitas vezes vocês vêem em mim, não tem nada a ver com Londres. Tem a ver com ficar longe de tudo o que eu amo. De nao ter batucadas, feijoadas, lambadas, abraços, gargalhadas! E de ter que aprender tantas coisas importantes em tão pouco tempo. E lidar com emoções. Também de ter que pensar e repensar no que estou fazendo da minha vida, no que vale a pena, do que estou abrindo mão e o que vou ter que mudar depois dessa experiência tão marcante.

sábado, 12 de julho de 2008

A guerra dos sexos (Parte I) - Amizades

Amizade é um negócio engraçado né?! Cada um tem seu jeito de se relacionar, de escolher os amigos, mas com o passar dos anos, nos vemos afogados em um mar de lendas e esteriótipos sobre a amizade.

Por exemplo, as mulheres. As mulheres brigam por qualquer coisinha, digamos assim. Todo mundo já ouviu dizer que a amizade entre os homens é mais forte do que entre mulheres. Eu costumava concordar com isso, mas analisando sob outro ponto de vista, eu percebi que não dá pra comparar. A diferença é que as mulheres são muito mais sensíveis. Pra um homem pode não ser grande coisa o melhor amigo dele ficar com a ex, mas pra uma mulher é o fim do mundo. Assim como pros homens é uma grande coisa você pegar a irmã do seu amigo, mas pra mulher isso não tem muita importância. Os homens dizem que as mulheres têm inveja umas das outras, o que pode até ser verdade. Até certo ponto. Nós mulheres inventamos o termo "inveja boa", que significa apenas que você se sente muito feliz por sua amiga estar em tal situação ou possuir tal objeto, ao mesmo tempo que você se sente infeliz por não estar na mesma situação. É muito difícil dividir essa questão toda da amizade entre sexos. Até porque onde pesa de um lado pra um sexo, o outro sexo vem e tira um pouco de peso, em contrapartida (isso tem hífen??). As mulheres brigam com mais frequência, mas têm a capacidade de perdoar mais facilmente. Os homens não brigam muito, mas são muito leais uns com os outros (o que às vezes pode representar um problema para as mulheres). Os homens não precisam de laços tão fortes de amizade. Apenas parceiros de futebol, festas, pegação. As mulheres jamais sobreviveriam sem um ombro amigo. São muito sensíveis. Se um homem briga com um amigo, ele toca a vida. Se uma mulher briga com uma amiga, a vida pára bastante.

Eu tive uma melhor amiga por 6 anos e depois tivemos uma separação brusca. Isso mudou totalmente minha vida. Eu comecei a reagir diferentemente para as diversas situações da vida e nunca mais pude arranjar uma melhor amiga. Me fechei para as amizades. Meu coração congelou. Claro que tenho amigas ainda, mas não consigo nomear a nº1 e me abrir com elas não é tão fácil quanto costumava ser. Na verdade, desde então cada vez que sofro, geralmente é um sofrimento calado e solitário. E choro bem menos também.
Do outro lado do sexo, meu irmão já brigou com vários "melhores amigos" e nunca o vi deprimido. Ele dava de ombros como quem diz: "Ah, fazer o que né?". E tocava a vida. E quando eu via, sem fazer nenhum esforço, o amigo tava de volta. Sem mais nem menos.

E ainda tem a questão de amizade entre homem e mulher, que muitos dizem ser mentira. Meu irmão sempre diz: "amigo de mulher é cabeleireiro". O que me lembra de uma outra situação corriqueira: mulheres com amigos gays. Está na moda. Eu particularmente acho uma pena toda essa generalização, ficarmos procurando esteriótipos para homens, mulheres e gays. Amizade entre mulheres existe. Entre homens também. Entre um homem e uma mulher também. Entre mulheres e gays também. Entre gays e gays também. Amizade não tem nada a ver com sexo. Amizade tem a ver com cumplicidade, confiança, partilha, diversão. Essa guerra é uma guerra fria. E ainda bem!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

A vingança

Alguém me pediu pra eu pensar sobre esse assunto para este post, mas receio que essa pessoa vai ficar um pouco desapontada com minhas conclusões. No fim, tudo não só ficará muito longe do apoio moral, mas passará bem perto de uma lição de moral.

Talvez porque eu já tenha sido vítima de uma vingança amarga, eu não tenha boas recordações no que se refere a essa palavra. Sim, já passou na minha cabeça me vingar. Acho que todos já pensaram nisso uma vez, porque em algum momento se sentiram injustiçados pelo erro de uma outra pessoa. A diferença é clara: erro, todo mundo comete, e sem querer. A vingança é um erro premeditado. Vingar-se de alguém é para pessoas que não reconhecem suas próprias limitações e não aceitam perder. E acima de tudo, uma imensa burrice.

Todos conhecem um cara chamado Shakespeare, que na minha opinião, era um expert no amor. Uma vez ele disse algo do tipo "vingar-se é tomar veneno esperando que o outro morra". Pode até ser que na hora da vingança, você sinta um bem-estar momentâneo, mas depois virá a ressaca moral, e você será a única pessoa a se sentir mal. Logo, logo a pessoa da qual você se vingou vai esquecer de tudo, tocar a vida, bola pra frente, enquanto você vai passar dias e dias, amargando seu ódio e seu sentimento de vingança.

A vingança é um dos prazeres momentâneos da vida. É como encher a cara até perder a noção. No outro dia você sabe que a ressaca e a dor de cabeça não te deixarão em paz. É como ir pra cama com alguém que você não ama. Na hora pode até ser bom, mas depois você vai sentir um vazio enorme por ter usado alguém e ter permitido-se ser usado. Vingar-se é abrir mão da sua dignidade em favor do seu orgulho ferido. É escolher a amargura ao invés da paz de espírito.

E um pouco mais humilde do que o inglês do amor, o grande mestre da comédia mexicana, Roberto Bolaños, inventou a frase da qual todos riem até hoje: "A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena". Mas ele nunca pronunciou uma frase tão correta.

Contanto, sugiro uma forma de se vingar daqueles que não gostam de você, te fizeram algum mal, ignoraram seu amor ou te iludiram: seja feliz. Deseje o bem pra eles. Nada como ser superior. Nada como provar que você não precisa de quem não precisa de você. Nada como provar que sua vida não vai parar porque alguém não te deu o valor que você merece.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

A força do pensamento

Hoje parei pra pensar que... aliás, parei pra pensar não. Acabei de perceber que tudo pode parar, menos o pensamento. Ao contrário do que Cazuza disse, sim, às vezes até o tempo pára. Mas o pensamento está sempre em constante troca, mesmo que você esteja pensando que não está pensando em nada.

Eu comecei a escrever porque achei que estava com muitos pensamentos na cabeça e tinha que deixá-los em algum lugar. Agora que tenho obrigação de escrever aqui - andei recebendo ameaças, né Jorge? hahaha -, fico louca todo dia, porque penso, claro, mas fico sempre procurando o melhor dos meus pensamentos e acaba que algumas vezes só penso em porcaria! Fico desesperada em perceber que às vezes acho que não terei nada pra compartilhar com vocês, mas sempre acabo escrevendo alguma coisa, mesmo que seja que nem hoje, sobre o simples ato de pensar.

E pensar que por mais que pensemos, não pensamos o suficiente. Estamos sempre fazendo burradas e falando: "Fiz (ou falei) isso sem pensar!". Mas será possível que embora passemos o dia todo pensando ainda temos tempo para não pensar? Sei que parece viagem, mas culpo o pensamento pelos maiores fracassos e vergonhas de nossas vidas. Afinal, sempre se faz uma burrada por não ter pensado ou deixamos de fazer algo que poderia fazer uma grande diferença em nossas vidas por pensarmos demais.

Eu já fui uma pessoa impulsiva. E tem gente que ainda acha que eu sou. Mas se me conhecessem no passado, saberiam o quão comedida eu sou. Eu já fui uma louca. Uma vez cheguei a terminar com um namorado por não gostar do novo corte de cabelo dele. Claro que eu não disse pra ele que esse foi o motivo. E claro que esse não era o único motivo. Mas me motivou! Será que fiz isso sem pensar, ou não continuei com ele por pensar demais?

A conclusão a que chego é: precisamos pensar menos, porém mais. Afinal, o que diabos eu estava pensando quando resolvi escrever esses pensamentos toscos?!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Manual da felicidade

No domingo eu estava tendo uma conversa muito profunda com a minha amiga Mayara e ela me fez a seguinte pergunta: "Dany, será que é tão complicado assim ser feliz?" Eu disse que não, que a gente é que complicava. E parece que esse assunto tem martelado a cabeça das pessoas, porque igualmente, minha colega de quarto, minha querida tagarela polonesa, Ania, estava às voltas com este pensamento também. Tanto que depois de ter afirmado que tem uma ótima família, um emprego que ela ama, amigos incríveis, mas que sofria demais no amor, me disse: "Eu não sei porque as pessoas acham que eu sou tão feliz, alegre e sorridente. Sendo que eu não sou!" Na hora que ela falou isso, eu não respondi nada, porque lembrei que várias vezes eu também tinha achado que eu não era feliz, mas que sabia disfarçar muito bem porque meus amigos todos me achavam sempre muito pra cima.

Daí eu parei pra pensar, que afinal, estamos todos errados. Vivemos idealizando, achando que a felicidade é ter tudo que queremos, o que é uma grande mentira. A luta é bem mais nobre do que a vitória. O caminho que você percorre para alcançar os seus objetivos é que faz de ti, um vencedor. E sim, para os céticos uma má notícia: Deus pôs a felicidade "escondida" debaixo de nossos narizes. Parece ser clichê, mas ela está nas coisas mais simples da vida.

Se meus amigos da UnB se sentem feliz em ir pro bar mais furreca da Asa Norte e encher a cara até alguém dar a idéia de brincar de "Eu nunca" e todo mundo confessar os seus segredos mais ímpios, que seja! Sim, a felicidade estava naquele copo de cerveja! Se meus amigos da Escalada se sentem feliz passando 3 dias em uma cidade no meio do mato trabalhando que nem condenado pra um bando de adolescente, cantando a musiquinha do "se eu fosse um porquinho com o meu rabinho eu iria louvar", que seja! Sim, a felicidade estava naquela capela! Se minha família se sente feliz se reunindo na casa da minha avó, comendo churrasco, jogando dominó e dançando forró até o dia terminar, então que seja! Sim, a felicidade estava naquele lote em Brazlândia! Se meus amigos de longas datas se sentem felizes dirigindo até o Itiquira sem nem saber onde ficava, com dois recém-motoristas no comando, enquanto os passageiros cantavam músicas infantis dos anos 80/90 e depois passar o dia inteiro dentro duma cachoeira gelada, que seja! Sim, a felicidade estava naquela reserva natural!

O que eu estou tentando dizer, é que ser feliz não é realizar todos os seus sonhos. Porque se um dia eu realizar todos os meus sonhos, eu vou ficar é muito triste. Afinal, se eu realizar todos, não terei mais nenhum pelo qual lutar, e eu acredito que os sonhos é que fazem a gente cometer atos malucos como morar em Londres sozinha ou ir pagar mico participando das audições do Ídolos. E são essas experiências que fazem a nossa felicidade. É indo atrás dos nossos sonhos que vivemos histórias emocionantes e conhecemos pessoas que ficarão pra sempre em nossas vidas. E é assim que se é feliz. Aceitar a nossa condição e entender que o sentido da vida é saber viver!

domingo, 6 de julho de 2008

Aprender

Lá estavam eles no metrô hoje. Um papai, uma mamãe e 3 filhinhos. Provavelmente com 1 ou no máximo 2 anos de diferença, sendo que o mais velho tinha no máximo 7 anos. Eles queriam comer, enfiar a mão no saco de balinhas, mas a mãe controlava, ensinando-os a serem pacientes e a dividir tudo por igual. O pai carregou a menor no colo e contou porque o trem andava rápido. E depois explicou ao mais velho o que eram os três trilhos por onde passa o metrô. A família.

É tão bom quando sempre tem alguém que ensina e explica tudo pra gente... E como quando somos crianças nada nos ilude... Porque a infância é um conto de fadas, e não uma mentira. Não é que o Papai Noel não existe, é que ele só aparece para as crianças. Lembro que meu pai chegava do trabalho, buzinava do portão e eu entrava no Passat branco dele. Sentava no colo e posicionava minhas mãos sobre às dele, e então eu era capaz de dirigir. Porque no fim o carro entrava na garagem. E era eu que fazia ele entrar.

E então chega uma hora em que temos que aprender tudo sozinha. Nunca me esqueço do dia que eu pedi pra minha mãe marcar uma consulta no dentista e ela disse: "Pega o número e liga. Você já sabe fazer isso!" O quão aterrorizante foi aquilo. Eu só não queria - e continuo não querendo, embora agora ciente de que no fim das contas, não tem jeito mesmo - desatar os nós. Porque agora, é tudo comigo. E o que mais dói aprender, não é pagar as contas, controlar a saudade e a solidão, aprender a andar sozinha numa cidade estrangeira ou abrir uma conta no banco. É aprender que a vida é cheia de pequenas ciladas, das quais a gente nunca está realmente preparado pra se livrar. E aí vem aquela angústia que te leva à loucura, porque você simplesmente não sabe o que fazer! Você tenta conversar com seus amigos e até recorre aos seus pais em certas ocasiões (afinal, eles sempre te ensinaram tudo! Parece que não existe uma coisa que eles não saibam fazer). Mas acontece, que sim, há uma coisa que eles não são capazes: viver a sua vida. E você se vê totalmente sozinho com uma bomba prestes a explodir. Que fio cortar: azul ou vermelho?

quinta-feira, 3 de julho de 2008

O medo nosso de cada dia

Tem uma coisa que acontece comigo que não sei se acontece com vocês. De repente eu estou pensando em alguma coisa e paro pra me censurar. Como diria meu pai "auto me censurar-me a mim mesma" (hehehehe só pra quebrar o clima de assunto sério)!
Acho que eu tenho tanto medo do que os outros vão pensar que eu mesma começo a controlar o que estou pensando e sentindo, até mesmo sabendo que a mente é o único lugar onde eu estou longe do julgamento alheio. Só Deus sabe o que se passa na minha cabeça e pra Ele nem que eu quisesse eu nao conseguiria disfarçar.

Por que será que temos tanto medo? Eu já ouvi várias pessoas dizendo: "eu não me importo com o que os outros vão pensar" ou provavelmente até já proferi essa frase, mas até que ponto isso é verdade? Nós vivemos em uma sociedade que partilha idéias, conceitos, opiniões e padrões o tempo inteiro. Como não se importar com o que o mundo acha do seu comportamento?
Eu tenho tantos medos... Medo de altura... medo da morte... medo da morte de alguém muito próximo... medo de um sentimento acabar... medo de perder mais uma amizade... medo de chegar no fim do meu curso e descobrir que não é isso que eu quero... medo de ter um filho... ou de nunca ter... medo de assuntos hospitalares em geral... medo de não ir pro céu... medo de tannnta coisa... Eu me considero uma pessoa medrosa.

Mas quando é que esse medo sai da linha do aceitável e se torna prejudicial? Você muda seus hábitos, age de uma determinada forma (que depende da pessoa com quem você está lidando no momento), foge da responsabilidade de ter que tomar decisões importantes, adia conversas que podem mudar demais a sua vida, atravessa a rua sempre na faixa, só diz pra alguém que você está apaixonado se você tiver certeza de que essa pessoa também gosta de você, não experimenta, não ousa, não arrisca, não aposta, não acredita no seu potencial porque tem medo de falhar...

Depois de escrever tudo isso, eu fiquei com mais medo. Estou com medo de estar vivendo uma vida vazia por causa dos meus medos, que me impedem de agir como meu coração sugere. Me tornei racional. E racionalmente estúpida.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

O que o mundo espera de nós

Vir estudar em Londres foi um grande passo na minha carreira. Na Tradução a gente sempre comenta isso: morar um tempo fora do país é obrigatório pra quem quer trabalhar traduzindo. Confesso que até agora só tinha pensado no lado bom da coisa. Melhorar meu inglês, ser imersa em uma cultura da qual eu posso me aproveitar para entender como funciona a língua, e tudo mais que uns tempos abroad podem trazer de benéfico. Mais uma vez citando meu amigo Thomaz - impressionante o quanto ele mexeu comigo em 15 minutos de conversa no msn - que disse uma frase um tanto quanto repleta do que eu inocentemente não esperava encontrar: "Nossa, Dany, seu inglês deve estar mágico!". Quando ele disse isso, parecia um tapa na minha cara.

Eu odeio cobranças. E comparações. Eu lembro que quando eu estava quase terminando o segundo grau, meu pai ficava constantemente me comparando aos meus primos. Sobrinhos deles que ele morre de orgulho. Uma é formada em Contabilidade na UnB e o outro em Economia, na UnB também. Os dois na casa dos 25 anos e concursados. Aliás, um deles ganha tanto dinheiro que não deve nem saber com o que gastar. Minha mãe também costumava me comparar com a filha de uma amiga dela. Enfim, cobranças são coisas que me metem medo! Eu detesto desapontar as pessoas que eu amo, mas infelizmente sou um ser humano e nem sempre vou corresponder às expectativas. Eu não correspondo nem às minhas próprias expectativas, como agir com quem espera demais de mim?

Não, meu inglês não está mágico. Com certeza está bem melhor do que quando eu saí do país, mas poxa, não está perfeito! Está bom. Eu adoraria que quando eu voltasse pra faculdade as pessoas não dissessem algo tipo "pergunta pra Daniela, ela morou em Londres, deve saber" ou "com certeza a Daniela sabe mais que todo mundo aqui, afinal, ela morou em Londres", ou qualquer coisa do gênero. Quem me conhece sabe o quanto eu sou insegura. Principalmente com meu inglês. Sei que pra estar nesse negócio de tradução eu deveria estar confiante, mas pra falar a verdade, eu não estou. E quero ter o direito de não ser julgada por isso.

É tão ruim quando todas as esperanças são depositadas em você... Quando seus pais dizem: "Filha, isso tudo é pra que você tenha o que nós não pudemos ter ou não vamos poder te dar"
Eu estou com medo de voltar pra casa, sinceramente. Sofrer a pressão de ter fazido valer a pena cada centavo que foi gasto com essa viagem.

Afinal, o que o mundo espera de nós??

terça-feira, 1 de julho de 2008

Esquisitices

Já reparou como todo mundo tem alguma esquisitice? Eu pelo menos volta e meia começo a rir de mim mesma de tantas coisas estranhas que sou capaz de fazer, dizer ou pensar.
Só que hoje, analisando uma das coisas esquisitas, eu parei pra pensar que eu não sou a única. Comecei a viajar sobre a possibilidade (quase certa) de que muitas dessas minhas manias anormais poderiam ser compartilhadas com milhões de indíviduos terraqueos.

Eu poderia citar uma coisa bem normal, que nem todo mundo admite, mas eu acredito piamente que todo mundo faz: falar sozinho. Mas eu iria até um pouco mais longe e diria que as pessoas falam sozinhas e em mais de uma língua. Eu, por exemplo, quando estou aprendendo uma língua, eu costumo ficar falando em voz alta no tal idioma. Vai dizer que você não faz isso também??
Tem também aqueles que ficam imaginando como seria o seu encontro romântico com aquela celebridade. É cada viagem, que eu tenho até medo de falar! Claro que também tem os momentos em que as alucinações são um pouquinho mais leves, do tipo se imaginar com aquele gato ou gata dos sonhos, casando ou numa viagem a um lugar paradisíaco onde nada e ninguém atrapalhariam. Isso geralmente acontece quando se está ouvindo uma música. Aliás, eu diria que a música é a grande culpada da humanidade ter ficado tão criativa! É ouvir uma música que uma imagem pinta na cabeça. E às vezes você nem consegue tirar a tal imagem da mente.
Também tem as vezes quando nos pegamos lembrando do passado e imaginando como teria sido se você tivesse tomado atitudes diferente ou deixado de tomar certas atitudes das quais você não se orgulha. Teria algo mudado para sempre ou tudo isso nao depende de nós e a tal história do destino que está escrito nas estrelas é verdade??

Eu tenho as minhas manias que não sei se alguém mais tem. Tipo, eu adoro dormir com os pés pra fora do cobertor. E também tenho uma ordem certa pra hora do banho. Sempre faço a mesma sequência, onde quer que eu esteja. Se bem que esse é até mais provável que muita gente tenha sua coreografia pessoal pra hora do lava-lava.

Bem, o fato é que como diria o Caetano, "de perto ninguém é normal" (eu não tenho certeza se foi ele que disse isso, mas alguém me disse que tinha sido ele hehee). E que bom, porque ser normal deve ser um saco! E você, qual é a sua esquisitice?