quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A importância de um porto seguro

Ontem foi aniversário da minha cunhada. Ela fez 19 anos e disse que não gostava de comemorar, mas eu insisti para que fizéssemos uma festinha pequena pra ela aqui na minha casa.

Analisando o comportamento dela, percebi o que uma base familiar pode fazer - ou não fazer - com uma pessoa. Tá, existem pessoas que realmente não gostam de comemorar. Mas isso geralmente é quando se é mais velho, não quando se é tão jovem. E outra coisa, mesmo as pessoas que não gostam de festejar, não se comportam como ela. O que eu vi ontem me deixou preocupada com o futuro dessa menina. Foram pequenas coisas que no fim podem fazer uma grande diferença. Que no fundo, escondem uma grande trauma - ou algo parecido - por trás.

Ela esperneou porque não queria que cantassem parabéns. E só quem tava aqui ontem sabe a CARA que ela fez quando resolveram forçar a barra e cantar. Na frente de todo mundo, ela fechou a cara e os olhos encheram d'água de raiva. Meu irmão já tinha comentado que ela contou que na casa dela, ninguém dá feliz aniversário pra ninguém. Ela mora com os pais e dois irmãos.

Ela é arredia, não suporta mudanças, radical até o fim, inflexível. Comecei a enxergar o que ela enxerga na minha família. Às vezes acho que estamos à beira de um colapso, mas agora vejo tudo com clareza. Eu tenho uma família de verdade. Um bando de maluco. Mas que no final, se ama muito, se entende. Meu pai nunca passa uma semana sequer sem dizer que me ama. Minha mãe nunca passa uma semana sequer sem me provar isso através de pequenas atitudes. Eu e meu irmão nunca fomos tão amigos.

Ontem, minha cunhadinha, que me parecia apenas chata, agora me parece alguém em apuros. Que precisa de ajuda urgentemente. Antes que perca a capacidade de amar, de se deixar ser amada, de deixar que alguém se aproxime para mostrar o quanto ela é especial.

Que tenhamos a capacidade de perceber o valor da nossa família. Tem gente que se tranca dentro de um abismo interior por não ter um porto seguro. Com medo de cair.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Carnaval em Brasília dá nisso!

Se tem uma coisa que me deixa injuriada é ficar em casa sexta-feira à noite. Quem me conhece sabe que meu dia preferido é sexta-feira, mas a última sexta (13!) e hoje me decepcionaram!
Sexta-passada levei um pé na bunda digno de uma tragédia grega. Sofri. Chorei. Para hoje, procurei companhia pra sair desde ontem e não consegui nenhuma alma bondosa!

Isso é mais repercurssão carnavalesca do que qualquer outra coisa. Brasília é o pior lugar pra se passar o Carnaval e 95% da população brasiliense se manda! Incluídos nessa porcentagem, estão meus pais, que hoje de manhã embarcaram para o Rio de Janeiro. Incluídos nos outros 5% estamos eu, meu irmão e a namorada dele.

Portanto, não é apenas uma sexta-feira em casa! É uma sexta-feira de carnaval sozinha, com o carro parado na garagem e eu tendo que ouvir os "uh uh ah ah" dos dois dentro do quarto, enquanto eu faço um miojo de galinha caipira na cozinha. Sobremesa: leite condensado com nescau.

É uma sexta-feira sem ninguém interessante online no MSN. É uma sexta-feira onde terminei de ver a 1ª Temporada de Prison Break, estou doida pra começar a segunda, mas prometi pra mim mesma que não ia ver vários episódios por dia, pra não viciar (como foi com FRIENDS). É uma sexta-feira onde faz uma semana que ouvi uma das piores frases que já me disseram nessa vida. É uma sexta-feira onde me senti rejeitada pelo universo!

Que venha o sábado!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Meme - Desafio da Mentira

Nesse meme devo escrever 9 coisas aleatórias a meu respeito, não importando a relevância.
6 verdades e 3 mentiras. Quem receber o meme, deverá postar nas suas respostas as 3 mentiras do blogueiro que o desafiou e passar o meme (ou não).

Quem indicou [/desafiou] deve revelar a verdade, ou não ;)

Antes de mais nada vamos ver aonde Babii (que foi quem me desafiou!) mentiu!

1- Aprendi a tocar violão com meu pai. - Mentira pura. Não sabe nem como segurar um violão.

2 - Vivo de dieta pra manter o corpitcho. - Pior ainda. É magra de ruim mesmo, porque come e bebe pra C#%$@ hahaha

3 - Gui me arranjou meu 1o emprego. - Essa foi meio chute. Por eliminação!


Sobre mim:


1. Já fui no show dos Backstreet Boys e dormi uma semana na fila
2. Sou vocalista de uma banda de pop rock
3. Falo 5 idiomas.
4. Tenho um irmão gêmeo chamado Leonardo
5. Já tive 6 namorados, mesmo tendo só 22 anos
6. Divido o quarto com a minha mãe e meu pai dorme no quarto ao lado, sozinho
7. Meu irmão já gravou um CD de rap
8. Sofri um acidente de carro sério em 2003
9. Vendi meu carro para morar fora do país


Bom, desafio a minha mana Déka a realizar o desafio e tentar descobrir quais são as 3 mentiras que contei acima!

;)

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Ossos do ofício

A professora Daniela estava tirando dúvidas da aluna Bárbara quando o telefone do aluno Jarbas - 50 anos de idade - toca. O sem-noção ou sem-desconfiômetro atende o telefone dentro de sala e em voz alta, atrapalhando a aula.

Passados 20 minutos, a professora disse:

- Jarbas, eu gostaria de te pedir um favor. Da próxima vez que seu celular tocar, você poderia atender lá fora? Eu não me importo que você atenda, mas por favor atenda lá fora para não atrapalhar a aula de ninguém, ok?

- Ok!

Problema aparentemente resolvido. Aparentemente!
Passados mais 20 minutos...

- Teacher! Vem cá!
- Oi!
- Eu não gostei do jeito que você falou comigo, viu?! Não gostei, não gostei mesmo!
- Mas Jarbas, eu falei com educação e...
- Não interessa!
- Você estava atrapalhando a aula da Bárbara!
- Atrapalhando? Na altura que eu tava falando? Eu tava falando baixinho!
- Não, você estava falando alto...
- Falando alto o caramba!!!!
- Acabou viu, não dá mais, "TIAU", "GOODI" BYE viu TEACHER!

:|

O aluno com nome de motorista sai da sala batendo a porta com força, deixando a professora e os outros alunos boquiabertos e diz para a secretária da escola:

- Minhas aulas estão suspensas, viu! Eu não quero mais ter aula com essa professora, eu não gostei do jeito que ela falou comigo! Ela pode até ter falado com jeitinho, mas eu não gostei, eu não gosto de ninguém mandando em mim!

A coordenadora chama a professora, que explica todo o ocorrido e recebe todo o apoio da chefe.

Ser professora tem um preço! Alto!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Quando você se sente fabulosa


Têm dias em que você acorda se sentindo a mosca do cocô do cavalo do bandido. E já tem muita gente por aí descrevendo essa sensação. Por isso hoje, que acordei me sentindo fabulosa, resolvi escrever sobre.

Eu não ia me encontrar com ninguém. Nem com amigos, nem com algum gatinho. Muito pelo contrário! Meu dia começou muito cedo, eu tendo que dar aula para um aluno VIP - coisa que eu nunca fiz na vida! - às 8h da manhã. Pra não dizer que Murphy não tentou me espizinhar (é assim?), chegando lá, descobri que o livro que eu tinha que ensiná-lo era um nível acima do que me disseram. Cometeram um erro grave, porque o aluno é de nível avançado, eu não poderia dar a aula sem me preparar antes. Mas fui. E deu tudo certo. E foi aí, que eu comecei a me sentir fantástica!

Saí do prédio irradiando luz, rebolando mais do que de costume e possuindo cada centímetro da cidade enquanto eu andava. Ouvia música no MP3 e me sentia como se estivesse num videoclipe. Meus cabelos esvoaçavam e cada música que passava parecia expressar como eu me sentia(quando começava a passar música "deprê" eu logo mudava!)! Cheguei em casa, troquei de roupa e fui malhar. Lá na academia, fiz a aula mais pesada de todas e fui uma das únicas 3 pessoas que sobreviveram até o fim da aula. Era tanta energia, parecia que eu ia explodir! Pela primeira vez, fiz aula de Body Attack sem sentir como se eu tivesse levado uma surra depois.

Saí de lá, e curti o suor que descia em gotas pelas minhas costas e vi que ali, eu carreguei ainda mais minha bateria: estava pronta para mais 6h de jornada intensa de aulas. Entrei no ônibus e senti uma pontinha de Murphy querendo me derrubar de novo: chamei uma menina de Carol, achando que era uma amiga minha e quando vi não era. Miquinho?! Básico! Sorri, pedi desculpas e o frio na barriga da vergonha passou em 2 minutos!

Durante a tarde e a noite dei ótimas aulas, consegui sanar as dúvidas dos meus alunos, acalmar os que estavam nervosos, fazer rir os sérios e rir ainda mais com os engraçadinhos, nivelar novos estudantes, me relacionar bem com meus colegas de trabalho e chefe - importantíssimo! - e perceber que estou ganhando a confiança da coordenação da escola.

Ao sair da escola às 21h10, depois de um longo dia de trabalho, voltei andando devagar pra casa, no escuro, ainda me sentindo a própria rainha da cocada preta. E por nada!

Foi então que eu notei que eu podia não ter me encontrado com ninguem especial, mas eu havia passado o dia com uma pessoa simplesmente fabulosa: eu mesma!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Humanos reclamões

É engraçao como nós nunca estamos satisfeitos com nada. Observe que estamos sempre reclamando de alguma coisa e proferindo frases do tipo "Que droga de vida!" ou "Que ódio" e em casos mais extremos "Quero morrer!".

Vejam vocês, eu sou professora de inglês. Ganho por hora. No próximo dia 05, eu não serei feliz como o resto dos trabalhadores normais. Por quê?! Porque eu simplesmente não trabalhei nada entre os dias 25/12 e 25/01. Eu segurei meu último salário como pude, mas estava indignada por saber que não entrará nada na minha contano dia do pagamento. Reclamei atéee que não tinha aluno na escola e que por isso eu não estava trabalhando, consequentemente, perdendo dinheiro.

Pois bem, o trabalho chegou. Eu não trabalho tanto desde os tempos do Mc em Londres [na verdade, eu trabalhava menos horas lá, mas como o trabalho lá cada hora cansa por três, digamos que eu trabalhava mais lá]. O fato é que estou abarrotada de trabalho. Ou seja, em Março, algum dinheiro ganharei no 5º dia útil. E o que é que eu estou fazendo?! Reclamando!

Não durmo direito, não tenho tempo de retornar as ligações dos meus amigos, não como direito, estou há 7 dias sem pisar na academia - por enquanto né, esse número tende a aumentar -, estou atrasada com meus seriados, me sinto cansada!! Ou como um bom ser humano diria, estou morta!!

Mas que diabos!! Com ou sem trabalho, eu estou sempre reclamando! E isso porque eu gosto do meu trabalho, imagine se eu não gostasse?!

Isso é pura essência humana! Essa eterna insatisfação com TUDO!