quarta-feira, 14 de abril de 2010

Psicologia (de) coletiva (o)

Digo que pratico psicologia charlatânica, como diria meu amado Chicó, de "O auto da compadecida". Sou metida a desbloquear pessoas fechadas, dar conselhos, ser boa ouvinte, mas ultimamente meu senso de análise tem sido aguçado por uma nova atividade que tenho sido obrigada a exercer diariamente - várias vezes ao dia -: andar de ônibus.

Observo por exemplo como as pessoas são anti-sociais. Ou será que é medo de se relacionar? Tá na moda esse negócio de ter medo! Só sei que ninguém senta com ninguém. Se você detesta sentar na frente, você senta se tiver um banco desocupado. Prefere sentar num local ruim a ter que dividir o banco com um desconhecido. Às vezes até faz uma cara de poucos amigos para deixar o local ao lado menos convidativo.

Hoje eu também sentei na frente pra evitar compartilhar o banco. Daí, lá na frente, vi todo mundo que entrava. Vi muitas pessoas feias. Poucas pessoas bonitas. Muitas esquisitas. E fiquei tentando descobrir em qual grupo eu me encaixava. Olhei no vidro e me analisei. Me achei feia. Mas eu sei que esse achismo é devido ao momento delicado em que me encontro. Então voltei a analisar as outras pessoas.

Quando peguei o último ônibus do dia, subiu uma pessoa cantando em voz alta. Não, ela não estava com fone de ouvido. Estava simplesmente cantando. De felicidade? De alívio? De pura vontade ou falta do que fazer? Não tem como saber. O sujeito sentou atrás de mim e tascou-lhe o hit "Boa sorte", sucesso de Vanessa da Mata com Ben Harper. No começo me incomodei, porque queria ouvir a minha música. Depois fiquei rindo e achando legal a falta de vergonha do cara. Quantas pessoas tem coragem de ignorar o senso crítico dos outros dessa forma? Iniciativa bacana, apesar de que perturba a paz alheia, a little bit.

O fato é que as pessoas só me surpreendem o tempo todo. Ao mesmo tempo que se fazem tão previsíveis. Qual é a beleza do ser humano?

Um comentário:

Carol disse...

Eu tb fico encantada com "o comportamento alheio", na faculdade, quando saía cedo e tinha que esperar a van, ficava sentada na saída, só pra ficar olhando os "tipos" que passavam por lá!

Dany, li seu post no CT&B (resolvi comentar aqui...) mas acho que tudo é fase: viva a sua fossa, mesmo que ela dure um mes, ou uma semana, pq depois que ela passar... PASSOU! E a vida segue em frente...

Fica bem!

Bjoss!