quarta-feira, 1 de julho de 2009

Julgando

"Minha mãe fuma pedra, meu pai cheira farinha, minha irmã é garota de programa e meu marido tá preso. Minha vida é uma desgraça, moço!", foi a frase que mais grudou na minha cabeça ontem, assistindo ao Profissão Repórter sobre viciados em craque. Temos a mania de julgar todo mundo e somos cheios de preconceitos, mas até onde nós sabemos? De que informações estamos providos quando levantamos nosso indicador para apontar em direção à alguém?

É impressionante como julgamos e somos julgados o tempo todo, mas ontem eu vi o quanto é perigoso assumir rótulos, conceitos e opiniões sem ter base na informação. Um deles, ao ser indagado pelo repórter sobre a família, responde: "Família? Que família, moço? Eu fumo craque há 15 anos, ou seja, estou morto há quinze anos". Eu me pergunto se é certo ou justo chamar esse cara de vagabundo, drogado ou qualquer dessas palavras que são comumente atreladas à pessoas viciadas em drogas. E nas próprias palavras do traficante "o craque é a raspa do demônio". A pessoa fica fora de si, completamente desorientada. Prova que essas pessoas não precisam de dedos apontados, mas de ajuda.

Na casa de recuperação, eles mostram que o efeito da droga é tão poderoso, que mesmo uma pessoa que ficou "limpo" - como eles dizem na gíria deles - por 5 anos, pode voltar a ter recaídas e ter que recomeçar todo o tratamento. Um deles chegou a alegar que você não está curado nunca.

Muitos deles não tem os mesmos problemas que os mencionados acima. São pessoas de classe média alta, com dinheiro para bancar seu vício. Se nós ficamos nos perguntando o porquê dessas pessoas inventarem de usar drogas, eu te digo que nem todo problema do mundo tem relação com o dinheiro. E é por isso que muitos deles acham na droga uma válvula de escape - não justificando, mas acontece - para os problemas muitas vezes de cunho familiar ou algo do tipo, pois não estão preparados para lidar com a situação. Dentre esses, um dos pacientes da clínica diz: "O erro do meu pai foi me amar demais".

Não tinha idéia das coisas que estavam por trás de toda essa confusão e ontem só confirmei que julgar as pessoas não é para nós, pois só Deus é conhecedor de todas as informações necessárias para realizar o julgamento. E por isso, só Ele o deve fazer.

5 comentários:

Glenda disse...

Oiii!! obrigada pela visitinha!! Eu vi a reportagem ontem que o cara disse o lance la.. que família.. bla bla bla... é bem triste essas coisas. eu tenho cuidado muito isso em mim de julgar os outros... acho péssimo isso, mas virou mania e agora to tentando me reabilitar!! vício!

Ahh, tu é a de vermelho na foto né! e eu viajando achando que fosse a de verde! OK ok! resolvido! beijinhus!

Glenda disse...

Acho que mandou errada mesmo, olha teu e-mail!! hahahaha

Ainda bem que não postei!! se não ia ter postado o sorriso de uma amiga tua! beijss

Unknown disse...

Quanto tempo manaaaaaaa! To tão afastada de bloooog, mas sempre q da venho aki ler, posso num comentar, mas leio haha

Beijos e saudades

Glenda disse...

ixi, nem tu foi votar ainda menina!!! aiii!
Vai la!

Bee disse...

Muito triste essa realidade! Como médica, SEI que o crack não tem volta, é pra sempre (droga maldita mesmo!); como ser humano, torço pra que exista um jeito de sair disso tudo! São pessoas doentes que, como você falou, precisam de ajuda, não de julgamento. Mas são, acima de tudo, pessoas que acabam desmotivando os profissionais de os ajudarem: não porque não se queira tirar essas pessoas disso, ou porque eles não queiram sair, e sim, principalmente, porque essa droga tem um poder difícil de explicar...além do vício, o poder de jogar na nossa cara as piores mazelas da nossa sociedade!

Muito legal você ter falado sobre isso, aqui!

CRACK... NEM PENSAR!!!!!