quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Diva por um dia


Ficar em 3º lugar no concurso de cantores amadores foi apenas consequência. Sabendo que haveria um espetáculo para os 16 últimos finalistas, transformei um lugar ao sol neste "musical" no meu objetivo principal.

Ensaios, venda de ingressos, divulgação, compra do figurino, treinos de coreografia. Tudo para atingir a possível perfeição no dia 26/10/2010.

Eu? Cantar no Teatro Nacional? Meu Deus! Não imaginava ter tal oportunidade tão cedo. E lá estava eu, trabalhada no vermelho, como uma pop star. Como a mesma que eu representei: Rihanna, minha diva inspiradora.

Todo o frisson e o medo de cair do salto. De pisar na barra da saia. De errar os movimentos da coreografia e atrapalhar o ballet. De errar uma nota. De esquecer a letra. De tudo.

Um por um foi se apresentando e aqui dentro as borboletinhas sem fim passeavam como se fossem bem-vindas. E não eram? Afinal, não era aquilo que eu havia planejado desde o início? Estar ali naquela sala onde antes tantos cantores consagrados já realizaram performances memoráveis! É... era tudo o que eu queria!

"One last kiss" foi o que cantaram antes de mim. Eu pensava "one last singer", isso sim. E o medo crescia dentro de mim. Até que eu lembrei que eles estavam lá. Meus amigos! Minha família! E por eles, valia a pena. E era por eles que eu estava ali. E para eles, eu subiria naquele palco e daria o melhor de mim, esperando ser suficiente.

Entramos no palco. Nos preparamos. Erraram meu nome. Gritaram "Gostosa" "Diva" "Te amo" "Dany gatinha" Tô pegando" "Entra na fila" "Arrasa". Tantas verdades e tantas mentiras! Até que a música começou a tocar. E como já disseram pra mim antes que eu era outra pessoa quando tinha o microfone nas mãos, eu me transformei nela...

E cantei. E coreografei. E não atrapalhei o ballet. E recebi palmas no meio da música, por um agudo bem realizado. E me senti bonita. E me senti viva. E me senti musical. E por que não dizer, me senti uma diva. E me emocionei.

E me emocionei mais com o carinho dos meus colegas de bastidores, do meu coreógrafo, e ainda mais com o sorriso, os beijos e abraços, o carinho da minha família e dos meus amigos.

E como não poderia ser diferente, saí de lá com a sensação de que não posso demorar muito a voltar ou a fazer o mesmo em outro lugar. Porque o que aconteceu lá é mais que um sonho. É uma realidade que aos poucos vou realizando. E vou chegar lá!

E para quem não sabe do que eu estou falando, é só clicar aqui: http://www.youtube.com/watch?v=u9Q3TwpQLdI

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Comer, rezar e amar.

Depois de assistir ao trailer deste filme, descobri que era livro. O título já me atraiu muito - 3 coisas ótimas a se fazer! -, o fato de que a protagonista é a Julia Roberts chamou ainda mais minha atenção.

Comer, rezar e amar é um filme que dá vontade de copiar. Tenho certeza que 99% das pessoas que assistiram ao filme sentiram vontade de viajar por um ano, largar tudo e voltar meio livre de suas neuras e inseguranças.

Eu iria além, e diria que mesmo sentado na cadeira, mesmo sem ter que ir para Itália morrer de comer, pra Índia morrer de rezar e para Bali morrer de amar, este filme te faz fazer uma viagem dentro de si mesmo. Te convida a se conhecer melhor. A se respeitar mais. A perdoar os outros e a si mesmo. A agradecer. A aproveitar a vida. A não ter medo do amor. Faz questionamentos pertinentes sobre os erros que cometemos na vida. E você sai do cinema com a sensação de que dá pra se conhecer um pouquinho melhor, de que dá para flexibilizar mais seus limites e se encontrar de verdade...!

A única crítica que tenho, é em relação ao cara que contraram para ser o brasileiro do filme. Um sotaque muito fake. Não gostei!

Eat. Love. Pray.
Um filme para quem precisa fazer uma viagem. Qualquer uma!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Torre de Babel

Ontem foi dia do tradutor, parabéns para todos nós! Essa profissão digna, complicada, desafiadora e incompreendida é fascinante!

Acabo de voltar dos EUA, em mais uma aventura na minha amada Orlando. Desta vez foram 9 dias de pura emoção com minha amiga Kérow, bastante tempo para conhecer tudo devagar, ao contrário do que foi minha primeira experiência em Orlando, correndo contra o tempo com minha amiga May.

Mas o que observei muito desta vez, foram os percalços linguísticos que enfrentamos. Com o inglês me comunico, afinal de contas sou professora da língua e tradutora, mas essa não foi a língua que me deu trabalho. Não sei se esse povo não estudou geografia mundial na escola ou o que foi, mas era ouvir a frase "I'm from Brazil" que começava um "Hola, que tal" sem fim.

Onde foi que esse povo aprendeu que brasileiro fala espanhol?? Bom, talvez porque muitos brasileiros que nunca estudaram espanhol de fato achem que falam espanhol e saiam por aí abusando de seu portunhol. Mas não é horrível a pessoa falar com você, você compreender 95% do que ela fala, mas não ser capaz de responder porque simplesmente você não consegue montar uma frase em espanhol?

Qual é o problema em falar inglês? Fomos em 4 pessoas, todas falantes fluentes de inglês, mas tínhamos que ficar aguentando os "Buenos días" e "Esto es dos dolares". Ei, nada contra a língua espanhola, cuja comecei a estudar ontem, a propósito, mas não, nós não falamos espanhol.

Provavelmente eles acham que soltando o Almodovar de dentro do peito, estão nos ajudando a entender melhor, entretanto, não fazem a menor idéia do quanto isso dificulta e confunde as coisas - e pode muito mais facilmente nos levar ao erro. Sou a favor de todos tentarem aprender outras linguas. Mas usem-nas com as pessoas certas, oras. Se você tá aprendendo português, treine com um Brasileiro. Se vc ta aprendendo espanhol, poutz, não vá treinar com brasileiro, oxente! PEgue um espanhol, um peruano, um colombiano, um equatoriano... tem tanta gente!

Exemplo de pessoa que utilizou muito bem o português: estávamos nós passeando pelo outlet, quando um ser nos pára tentando vender alguma porcaria de massagem. Ele pergunta de onde somos e quando respondemos "Brasil", ele diz: "Do you know my friend?" e a gente "Which friend?" e ele "Antônio" - bate na perna - "Nuneees". JURO! RAchaaaaaaamos de rir! Na volta passamos por ele de novo, ele nos grita e fala "Aaaahhh molequeeee" Foi muito engraçado e uma bela tentativa de nos comunicar que ele de fato sabia algo que vinha do Brasil. Mesmo sendo coisas ridículas do Pânico! Tá valendo!

Então, gringada, let's get it straight: Brasileiro não fala espanhol. E tenho dito!