segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Adeus ano velho... feliz ano novo...


... Que tudo se realize no ano que vai nascer! mt dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender!

Começando com a clássica música, para o fechamento de um ano nada clássico para mim!
Afinal, quando eu estava lá na praia de Balneário Camboriú na virada de 2007 para 2008, eu jamais poderia imaginar o que seria esse ano! Tá, duas coisas estranhas eu já tinha certeza. Eu namorava à distância - o que já era esquisito o bastante - e estava de malas prontas para ir morar em Londres. Mas por mais que você fique imaginando o que vai acontecer durante o ano, o cara lá de cima sempre te surpreende! A primeira metade do ano, eu estava lá na Europa, trabalhando no McDonalds, quase 8h por dia em pé, engordando 7kgs, cheirando a batata frita 5 dias na semana, aguentando sapo de gerente ou cliente mau-humorado. Juntando dinheiro para ir viajar pela Europa, conhecendo pessoas diferentes - MESMO! - e incríveis, falando 24h uma outra língua, morrendo de saudades do calor humano inerente à raça brasileira, do samba, da comidinha mineira da mamãe, das zoações dos meus amigos, da Escalada e até mesmo do stress da UnB. Para mim, o tempo passava se arrastando. Às vezes, quando eu tava meio depressiva, tinha a impressão de que o tempo parava, só pra me sacanear. E lá, eu percebi que glamour nenhum da Europa paga o que eu tenho aqui no Brasil. Como diria o poeta "isso pra mim é viver!"

Depois que voltei da aventura fantástica, nada poderia ser igual! Minha vida, meus conceitos, meus principios, o valor que eu dava à vida, tudo era diferente! Portanto tudo deveria mudar...! O namoro acabou, o carinho ficou, mas a vida segue em frente... Decidi que não queria um semestre estressante na UnB e peguei só 3 matérias para cursar. E lá se foi ele, tranquilo em sua forma geral...! O que me deu energia para colocar outros projetos pendurados em prática! Dedicar mais tempo aos meus amigos! Ahhhh como eu me diverti! Desde que voltei de Londres, eu acho que fiquei em casa apenas 2 finais de semana. Não há tempo a perder! E fiquei mais tempo com minha família. E arranjei um emprego na Wizard, e comecei a me apaixonar pela profissão de ensinar, embora muitas vezes me sentisse encurralada por perguntas para as quais não sabia a resposta. Me envolvi em um projeto musical, que apesar de não ter me dado retorno profissional em relação aos meus planos musicais, não só abriu meus horizontes em relação à música, mas colocou no meu caminho pessoas incríveis, algumas delas me dando a certeza de fazer parte do meu ano de 2009 de uma forma bastante especial. E passou voando. O segundo semestre passou zunindo! Eu mal vi! Nem dá pra acreditar que vai fazer um ano que eu fui pra Londres! E só agora eu consigo perceber como também o tempo em que eu estava morando fora voou! Quando eu estava lá, a saudade não me deixava perceeber o quanto o tempo passava depressa.. E hoje eu percebo que tive vários encontros, desencontros, vitórias, fracassos e tropeços dos quais consegui me recuperar. Definitivamente, esse ano vivi de tudo! E por isso, considero 2008 um dos anos mais intensos da minha vida! Com uma pitada de tudo o que alguém pode precisar para olhar pra trás e dizer: VALEU A PENA!

Feliz 2009 a todos e que ele venha recheado de desafios e conquistas para todos nós, assim como foi 2008! Eu não tenho planos, apenas esperança no coração, alegria e muita vontade de fazer mais um ano valer a pena!

TIM-TIM, e que venha 2009!! \o/

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O Natal e seus protocolos


Hoje estou aqui para analisar, protestar e me desculpar.
Analisemos o Natal. Todos nós sabemos que esse feriado é pra se comemorar o nascimento de Jesus Cristo, embora alguns aleguem que essa não foi a data em que Ele nasceu - o que na verdade, pra mim, não faz muito diferença!

Daí surge um monte de gente pseudo-revolucionária dizendo que, in fact, tudo isso é meramente comercial. É a época em que as lojas lucram mais. A taxa de empregos temporários cresce, os shoppings ficam lotados, as ruas intransitáveis, as casas cheias de luzinhas e pinheiros... Aí vai meu primeiro protesto: Por que enfeitamos tudo de acordo com a cultura nórdica?! Por acaso aqui neva?! "Ah, no Sul às vezes neva..." Ok, ok. Por acaso neva no verão?! Não né?! Por que as pessoas colocam algodão em tudo pra fingir que é neve? Por que usamos pinheiros de Natal se aqui no Brasil mal se vê os benditos?! Pois é... primeiro vestígio da tão dita "falsidade" do feriado.

Mas voltando à análise, não se pode negar que o Natal é comercial. Não é porque sou católica e sei do verdadeiro significado dessa data, que fecharei os olhos para essa realidade. Não sou hipócrita!

Mas embora este seja, ao lado de tantos outros, um feriado mega comercial, ele tem algo ímpar. Algo que não se vê nos outros feriados. As pessoas ficam diferentes! "Não sei" o que é, mas todo mundo fica solidário. Aliás, todo mundo não, mas muita gente. Fala-se em ajudar, em perdoar, em doar, em amar, em refletir...

Daí vem de novo o pseudo-revolucionário e fala que isso é um absurdo, que esse povo é tudo um bando de falso, que só fica bonzinho no Natal. Então, aqui vai meu segundo protesto: desde quando "ficar bonzinho" é defeito? Desde quando, querer ser uma pessoa melhor, independente de época do ano, é ruim?

Eu tenho uma raiva desse povo que quer dar lição de moral... Pior é que esses aí, são os que não levantam um dedoooo pra se tornar alguém melhor! Antes os que são solidários no Natal (afinal, eles nunca perdem a esperança de melhorar!) , dos que os que não são solidários nunca... Esses sim, são os verdadeiros hipócritas...!

E bom, o meu pedido de desculpas é muito ligado a isso tbm. Eu esse ano não fiz caridade no fim do ano. Assim, dei presentes, orei por pessoas, me compadeci da dor dos irmãos, mas o que me deixa indignada, é que não fiz nada por eles. Eu fiz alguma coisa ou outra durante o ano - ainda assim muito pouco! - mas é que essa época aparecem todas as oportunidades para sermos úteis! Só não ajuda, quem não quer. E estou em falta com meus irmãos! Ainda dá tempo de tentar salvar. Fazer o sorriso brotar no rosto de alguém, não tem preço. E nunca é tarde para isso!

FELIZ NATAL A TODOS!

sábado, 20 de dezembro de 2008

Simple Things



É engraçado pensar como meu ano de 2008 foi aparentemente tão glamorouso. Fiz coisas que jamais imaginei fazer ou que achava que só iam acontecer num futuro remoto, com muita sorte!
Morei 7 meses numa das cidades mais importantes e chiques do mundo. Londres não tem ruas, tem passarelas. Não tem ônibus, tem carros de passeio. Não tem momumentos, tem obras de arte. Sem contar com as viagens incríveis que eu pude fazer! Fui a Paris, cidade mais desejada por todos, La Rochelle, um cantinho charmoso da França. Visitei Berlim, Roma, Veneza e ainda algumas cidades importantes da Inglaterra - Brighton e Oxford.

Passei momentos dignos de princesa, mas só quem conhece bem essa história - ou acompanhou um pouco dela através do blog - sabe as coisas que tive que abrir mão para conquistar esse pedacinho de sonho e também o que eu passei para me manter firme no propósito de chegar até o fim dessa aventura. Sabem que de glamour minha vida na Europa não tinha nem um pingo, e que eu atravessei esse período muitas vezes aos trancos e barrancos, mas sempre com a minha dignidade acima de tudo.

Apesar de todos os passos encantados que dei, nada me fez valorizar mais a vida esse ano do que as simples coisas que vivi.

Em relação ao primeiro semestre - Começando pela força que meus amigos e familiares me deram. Do apoio incondicional, ao carinho, à ajuda, às lágrimas e as expressões de saudades. As novas amizades que fiz em Londres, o quanto aprendi de outras culturas, o respeito que adquiri em relação às outras nações, crenças, personalidades e o carinho impressionante que me foi direcionado a cada vez que eu dizia "Yes, I am Brazilian ou I am from Brazil". O dia em que vi a neve pela primeira vez. Tentar falar outras línguas nunca imaginadas. A oportunidade de apresentar aos outros às melhores características do meu povo e cultura. Tirar milhões de fotos legais!

Quando voltei, tive momentos incríveis! Parece que eu estava recuperando um "tempo perdido". Fiz várias coisas que desejava, como arranjar um emprego dando aulas de inglês, ter um semestre relaxado na UnB, entrar na academia, passar mais tempo com minha família e dedicar bastante tempo aos meus amigos, sair muuuuito pra dançar, olhar pela janela do carro e observar cada quadradinho projetado pelo Niemeyer e pensar "poutzzz cara, como minha cidade é linda...!

Como ontem, eu tive o dia mais simples, mas tão agradável... Eu voltei andando da academia e vim pensando em como a UnB estava vazia... Vim por dentro, andando pelos corredores vazios... sem esbarrar em ninguém - quem estuda lá, sabe que isso é impossível! Eu estava com meu mp3 no ouvido, mas ainda assim conseguia ouvir o barulhos dos meus passos e o cantar dos pássaros. E cantei. Em voz alta! A música fazia tanto sentido... "If the rain must fall, if I lose it all, if the world comes down out and takes my soul, if the sky turns black and there's no way back it wouldn't matter much to me..." Fazia tanto sentido que eu queria gritar pro mundo que era aquilo que eu sentia... Admirei o pôr-do-sol enquanto assistia o dia escurecer, e ao mesmo tempo meus olhos choraram, não sei de alívio, emoção ou pura necessidade... e logo depois eu ri... ri alto...! E nem vi minha casa chegar...!

Simply, the simplest!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Um motivo pra dormir

Estou aqui, com os olhos pesados de sonolência, consciente de que amanhã tenho que dar aula Às 7h30min da matina, mas ainda acordada. Procurando uma razão pra dormir. Parece que essa atividade tão atrativa para a grande maioria das pessoas da minha faixa etária, não anda fazendo a minha cabeça.

Não é que eu não goste de dormir. Eu gosto, é uma delícia. Mas acho que bem aqui dentro, no meu subconsciente, eu acho dormir uma tremenda perda de tempo. Fico sempre caçando alguma coisa pra substituir meus, aparentemente não tão preciosos, minutos de sono.

Pode ser qualquer coisa. Um vídeo inútil no youtube, a esperança de um scrap, costumizar a aparência daquela bonequinha ridícula do Orkut, fuçar nos perfis alheios, tentar descobrir informações novas sobre alguém interessante, ler coisas antigas que escrevi no pc, ver fotos velhas e novas, forçar com alguma alma online no msn, devanear sobre a vida e seus protocolos...

Eu não sei porque disso, mas eu acho que provavelmente o motivo tem algo a ver com a minha imensa energia acumulada. Sou uma pessoa agitada, apesar de meio preguiçosa. Sempre fico achando que tem algo de mais interessante do que fechar os olhos e por algumas horas ficar inconsciente...

Pensando bem nisso, é meio assustador. Você fica fora do mundo durante um tempo. É como se sua vida estivesse pausada.

Ih... acho que é melhor eu ir dormir mesmo, já fui longe demais por hoje...

sábado, 6 de dezembro de 2008

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come


I was wondering...

Já ouviram aquele negócio de "quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece"? Pois é...

Quando você acha que sua vida vai tomar um certo rumo, acontece alguma coisa inesperada, não-programada - aliás, até evitada ao extremo - e muda todo o destino previsto por você. Prova de que nada adianta você querer tentar tomar o controle da sua vida, não vai dar certo.

É como administrar o horário. Ontem, por exemplo. Eu estava me preparando pra dar aula de 7:30 às 13h e as 14:15 ir ao cinema. Eu tava achando muito corrido porque ainda não tinha feito chapinha no cabelo e as minhas unhas estavam amarelas, parecendo de defunto. Eu precisava arrumar. As coisas que eu separei pra ir pra casa da Mayara depois do cinema ainda não estavam devidamente na sacola. Ou seja, eu tinha uma hora pra fazer isso tudo. Tá na cara que não ia dar! Depois arranjei alguém pra me subtituir na aula das 12h. Daí saí do trab às 11h e passei no shopping, com calma - mentira! - tentando comprar um vestido novo. Quando o meu celular toca com minha cia. do cinema antecipando para 13:30h. Saí correndo, me arrumei, nem almocei, e a pessoa me liga remarcando pras 14h. Enfim, tudo pode acontecer, resumindo.

Não adianta ficar aí se esquivando dos imprevistos e das surpresas - agradáveis ou não - que a vida lhe reserva. Pior é que tem coisas que acontecem tão subitamente que você não sabe como lidar com elas! Encara? Foge? Tenta administrar? Faz corpo mole? Ignora? Finge que não está acontecendo?

Por isso que acho que a vida deveria ter um manual. Porque vivem aparecendo botõezinhos a serem pressionados que a gente nem sabe pra que serve! Já viram aquele episódio de FRIENDS onde a Mônica tenta descobrir para que serve um maldito dum interruptor, que aparentemente é inútil? Ela fez de tudo para descobrir a finalidade do treco e no fim das contas todo o esforço foi em vão! Por que? Ela não tinha o manual!

E se todo o nosso esforço for em vão?! Se o interruptor não servir para nada e a gente ficar viajando, imaginando que ele terá alguma serventia?! O que fazer?!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Aniversário

Tá, tá, amanha é meu aniversário. Hummm... Tá!

O que estou sentindo?! Sei lá... Quando chega meu aniversário eu geralmente falo pra todo mundo, porque gosto de saber que as pessoas vão lembrar de mim! Ao contrário de muitos, eu não acho ruim a pessoa me dar parabéns só porque o Orkut avisou! Me dê parabéns! Afinal, sobreviver a esse mundo cão é uma batalha por dia, e por isso eu axo que todo cidadão merece receber parabéns no dia do seu aniversário!

Além do mais, as pessoas fazem orações por você. Te desejam o bem e tudo aquilo que você quer. Você ganha abraços, beijos e eventualmente um presentinho. Ou presentão. Seu celular, que nunca toca - a não ser quando você não está perto dele e pra variar, nao tem crédito pra retornar -, mais parece um orelhão (se bem que o orkut tem desafiado essa máxima!). Seus amigos se reúnem para celebrar vocÊ!!! Você ganha zilhões de scraps fofos, alguns eventuais depoimentos e se for na missa, comunga em duas espécies, e lá em cima, no altar, diretamente da mão do padre. Ninguém te contraria. Você é o centro das atenções. Come crepe de graça no Crepe Au Chocolat ou no Cest si bon. Recebe surpresas. Aquela pessoa que você não falava há tempos aparece. Ou aquela que você nem fala mais, lembra de você.

É, acho que esse negócio de aniversário é até bom!

22 ANOS... éeee... o tempo passa... agorinha eu era uma menininha de 11 anos menstruando pela primeira vez...! Eu nem sabia o que seria minha vida... e agora ela está aí... linda, dando frutos, cheia de felicidade, conquistas pessoais...! Obrigada meu DEUS, por ter me proporcionado uma vida divina!

domingo, 30 de novembro de 2008

Fora de controle

Esses dias eu estava escrevendo algo sobre termos a capacidade de nos surpreender! O fato é que ultimamente tenho me surpreendido tanto comigo mesma, que vou ter que falar disso outra vez!

Cara! Pensem em coisas consideradas meio bizarras por vc, que a sua convencional "eu" normalmente não faria?! Pois é, tá tudo virado do avesso! Estou me arriscando, me permitindo e ignorando totalmente minhas concepções de outrora! Abandonando aquela pessoa cheia de princípios metódicos, onde "não é não e pronto", onde "eu não concordo e não vou mudar de opinião", onde "se controle" é a principal fala!

Não que eu não tenha mais princípios, calma, também não é pra tanto! Mas acho que eles estão se modificando um pouco ultimamente. Talvez estejam sendo alterados para "olha, eu achava que não, mas olhando por esse ponto de vista...", e "bom, a principio é não, mas podemos discutir a possibilidade" e "ah, que se dane, vou curtir o momento" e principalmente a frase mais seguida ao pé da letra esses dias "acordo arrependida, mas não durmo com vontade". E por aí vai...

Às vezes o meu "eu" normal, linear e imprevisível aparece e fica com vergonha dessa nova pessoa, e tenta podar! Mas quase nunca ela consegue! Somehow, essa pessoa de agora é assustadoramente forte e não gosta de ser contrariada! Não deixa oportunidades escaparem, não desce do salto, não perde a classe e nem uma dança, e principalmente põe na cabeça que a vida é DELA e que NINGUÉM tem nada a ver com isso!

domingo, 16 de novembro de 2008

Guerra dos Sexos - Parte II - Quem é complicado aqui?!

Olha, vc faz de tudo. Tenta de tudo. Quando vc esconde o jogo, eles acham que você não está interessada e desistem. Se vc deixa claro que quer, eles se assustam. Se você joga no meio campo, eles ficam mandando uma série de sinais mega confusos. E ainda vivem arrotando por aí que mulher é bicho complicado!

Eu não entendo! E nem sei se é pra entender, mas eu queria pelo menos um pouco. Por que tudo é dividido em "homens reagem assim", "mulheres reagem assado"? Tudo não seria mais fácil se todo mundo colocasse todas as cartas na mesa?

Durante a minha vida já estive de vários lados da situação. A traída e a traidora. A magoada e a que magoa. A que conquistou e a que foi conquistada. A que escolheu e a que foi escolhida. Descobri que não há lado certo a se jogar! Que de qualquer forma, em algum ponto, alguém acaba pisando na bola e estragando tudo. Isso quando os dois não fazem a merda juntos neh?!

Pior é começar do zero. Quando tudo é novo, um não conhece o outro direito, ninguém sabe com que armas vão jogar, tá todo mundo pisando num campo minado. Jogar na defensiva ou atacar? E se a bomba explodir? E se você encontrar a mina?

Tá aí um jogo que, nem com toda a prática do mundo, não consigo ficar boa. Eu mudo de estratégia, lanço a sorte, escolho outro time e um novo "adversário", mas parece que sempre estou fazendo algo de errado. E até hoje eu não descobri o que!

Acho que depois de tantas competições, só concluí uma coisa: não é bem a mulher que é a parte complicada...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

As várias pessoas dentro de cada um de nós

Esses últimos dias têm me ensinado como nós construímos nossa personalidade, porém sempre há o que se descobrir dentro de cada um de nós. Se você me perguntar como eu definiria a minha personalidade, eu diria que sou extrovertida, animada, nervosa, impaciente, ansiosa, amiga, sincera, desorganizada, despojada, chorona. Isso é o que eu sei sobre mim. Aliás, é como eu me enxergo. Mas eu tenho outras características que eu não sei que tenho, mas que os outros são capazes de enxergar. Seja defeito ou qualidade.

E coisas que a gente faz porque ás vezes dá curto circuito e nós fazemos coisas que JAMAIS esperaríamos de nós ou que as outras pessoas JAMAIS esperariam de nós! E essa parte de nós, que nem a gente e nem os outros podem ver, como se chama?

Eu acredito que todos temos, no mínimo, dupla personalidade. Todos pensamos que agimos de um jeito, mas sob pressão de uma determinada situação - ou simplesmente pela ingestão de álcool hehehhe - despertamos alguém aqui dentro que nós nem imaginávamos existir!
Monstros! São esses monstros que acordam e agem de uma maneira totalmente inesperada. Muitas vezes no outro dia você acorda: "puta merda, o que foi que eu fiz?!" - e aí a gente usa a velha frase: "acorde arrependido, mas não durma com vontade". Ou então vocÊ acorda com a sensação de: "Hmmmm, eu deveria fazer isso mais vezes!!" ou "como eu nunca tinha feito isso antes?"

Acho que foi ontem ou ante-ontem que uma amiga minha me mandou um negócio que ela escreve sobre nossas inúmeras personalidades, e fiquei chocada como ela me mandou aquilo bem numa hora em que eu estava reavaliando até onde eu sou capaz de chegar, como eu sou capaz de surpreender. Não só as outras pessoas, mas principalmente a mim! Ela disse algo de como nós somos uma pessoa diferente na frente dos amigos, da familia, do namorado, do pretendente, do chefe, dos alunos, dos professores, dos deconhecidos... Enfim! Algo a se pensar...

Eu só sei que é bom saber que ainda posso ficar surpresa comigo! Que não me tornei uma pessoa totalmente prevísivel, porque acho que não existe nada mais chato que gente não-surpreendente!

SURPREENDA! SEMPRE!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Sonhos

Esse FDS despertou em mim um sonho que eu jurava estar atrasado, que eu imaginava estar perdido em algum lugar do meu passado quando eu não lutei pra que ele acontecesse.

Subir no palco e soltar a voz foi tudo o que eu sempre quis mais que tudo, e sábado quando senti aquele nervoso e aquele prazer em estar com aquele microfone na mão, eu constatei que sonhos não morrem.

Ontem eu fui à um churrasco e uma dupla (voz e violão) contratados pela dona da casa estavam tocando - e tudo o que eu mais amo cantar, MPB - e eles me chamaram pra fazer uma participação. Essa participação se transformou em mais de 20 músicas e elogios que me fizeram perceber que meu sonho ainda poderia ser realizado, com muita luta e perseverança. Ouvir de cantores profissionais que você está pronta, que sua voz é linda e que gostaria de te ver cantando na noite, não tem preço. O cantor pegou meu telefone para um possível contato, uma possível parceira. Sábado, o sanfoneiro também anotou meu telefone.

E vi que eu sou boa. Eu posso não ser uma Whitney Houston nem uma Shirley Carvalho, mas eu sei do meu valor, sei que cantar MPB é o meu deleite e por isso faço bem.

Cara, e os sinais continuam chegando. Estava eu, linda e maravilhosa dentro do onibus, quando vi um cartaz de uma cia. precisando de cantores para musicais! Sabe juntas TEATRO, MUSICA e DANÇA? Kra, nao podia ser mais perfeitooo! Vou fazer o teste...

Enfim, de alguma maneira quero ir atrás do sonho, e como disse meu novo amigo Junior Johns, enquanto houver a vida, há tempo!

sábado, 18 de outubro de 2008

Desastre no amor

Cara, parei pra pensar hoje, minha vida amorosa é terrível! Eu sou um desastre no amor!
Pequeno flashback na minha história, desde os meus 11 anos de idade, quando tive meu primeiro namorado.

Já comecei errado né, o primeiro homem que amei na vida foi o Guilherme, o cara mais galinha da face da terra, na época. O garoto tinha 12 anos e vida amorosa ativa. As menininhas na pré-adolescência todas a fim dele. E embora ele fosse louco por mim, já aparecia os primeiros sintomas do meu dedo podre! Não podia dar certo querer amarrar um cara desses!

Depois veio o Felipe. Ah, o Felipe! Um amor de arrebentar, o cara que mais amei na vida, podem acreditar. Contraditoriamente, o único ser que mereceu levar um par de chifres na cabeça. Não pensem que eu me orgulho disse não, mas sabem como é, quem não dá assistência, abre pra concorrência. Depois de ter me humilhado por ele, ele se vingou de mim, e até hoje a gente não se fala. Um pior que o outro.

Logo logo vieram dois praticamente ao mesmo tempo. Meu ex Thiaguinho e o Bruninho que apareceu no meio da confusão pra bagunçar ainda mais. Eu fiquei indecisa entre os dois. No fim, escolhi o Thiaguinho e em 3 meses acabei sem nenhum dos dois.

Logo, inventei de namorar um amigo do meu irmão, mais novo que eu, Marcos Matheus, outro que era chave de cadeia certa. Tinha uma mãe louca que controlava ele à distância. Ele um pamonha que nem pra me defender serviu. Ótimo! Claro que não ia dar certo!

O Zaldo - já começou pelo nome o desastre! - conheci num show do Falamansa. Me prometeu mundos e fundos e como bom palhaço que é, fugiu do circo. Sumiu, gente! Tomou chá de sumiço! Um ano depois, encontrei com ele. Rastejante ele veio. E rastejante voltou!

Tempos depois, veio o Gustavo, namoro mais longo de minha vida. Rapaz digno, apaixonado, cavalheiro, romântico... perfeito, né?! Nãaaaaaaaaaaoooo! Eu me sentia mais mãe do que namorada dele! Vivia dando bronca e cobrando que ele crescesse e se importasse com o futuro. Como ele não o fez, o sentimento foi se diluindo até virar pó. E assim se foi mais um!

Como se já não bastasse tanto confusão, meu último namorado, Daniel, gaúcho do jeito que eu gosto. Mas precisava tanta gauchesa que até morar em Porto Alegre ele mora!!! 1 ano e meio de vôos atrasados, malas desfeitas, madrugadas na internet, vida virtual. Quais eram as chances de terminar bem né?

Cara... é frustrante! Eu sou um desastreeee!!! Pessoas com o dedo podre como o meu, deveriam ficar solteiras! E pronto!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Confusões

Cara, impressionante! Eu só me meto em confusão!
Quando eu penso que tudo está nos conformes, que tudo irá começar a correr tranquilamente, aparece alguma confusão pra eu me meter! Agora vejam vocês, depois de namorar tipos como: maconheiro inveterado, amigo de irmão, queridinho da mamãe, pirralho, cara com crise de identidade, homens que se comportam como moleques, alguém que tem filho, que moram do outro lado do país... eu merecia um descanso né?!

Pois não! Não terei! Por que certos seres como estes resolvem reaparecer em nossas vidas pra bagunçar tudo? Eu tava lá no meu canto. Cheguei de Londres, minha vida tá uma maravilha! Não tô me estressando com a UnB, consegui um emprego, voltei a sair pra balada com a galera! Eu sou a Dany legal! Não, porque quando você tá namorando, é como se fosse proibido te chamar pra sair! As pessoas meio que usam um escudo e você, de algum mudo, acaba isolado do mundo. E o melhor de voltar a ser solteira é poder juntar a galera, ir pros agitos, trocar olhares descomprometidos, fazer comentários maldosos com suas amigas, despirocar!! E eu tô muito feliz por estar vivendo esses momentos de novo!

Quem foi que chamou alguém na conversa pra tentar me jogar um balde de água fria? Pra lembrar do quanto eu sou carente e do quão depende de um amor eu sou?! Gente, é uma coisa meio insana! Eu pensei: bom, terminar namoro é uma droga, mas agora também vou ficar solteira por pelo menos um ano! Por que eu não posso agir como uma solteira normal, do tipo "solteira sempre, sozinha nunca"? Sinceramente, às vezes me sinto patética, e ao descobrir que "this is who I am", não há nada a fazer! Eu atraio essa coisas, sério! Nunca consigo chegar ao fim de uma resolução!

Mas deixe estar... Eu não vou desistir! Serei a cada dia mais exigente! Quero o melhor pra mim, mereço muito mais do que eu tenho recebido! Quero exclusividade, tempo, carinho, loucuras, risadas, diversão, noites enluaradas, forrós de corpo colado! Quero TUDO e mais um pouco!
Meu amigo disse: "Cuidado, homem é foda." E eu disse: "Eu sou mais"
E assim será! Me aguardem! No more confunsion! I am done!

domingo, 28 de setembro de 2008

Novos velhos sentimentos

Esses dias voltei a sentir coisas que eu não sentia há um bom tempo! Sabe aquelas borboletinhas passeando pelo seu estômago? Então, é tão bom descobrir que elas não deixaram de achar o meu estômago um lugar atraente! Achei que tinha perdido a sensibilidade, a capacidade de ficar nervosa com um reencontro inesperado, ou algo pelo qual você espera há muito tempo...!

Na verdade, eu fiquei mais nervosa do que eu gostaria! E ainda confirmei que minha pele reage à minha ansiedade. Eu à espera de uma resposta da Wizard, ganhei um olho e um pescoço inchado, como quando faltava uma semana pra voltar pro Brasil de Londres. Assim que eu recebi a confirmação de que o emprego era meu, tudo começou a desaparecer como num passe de mágica!

E hoje no casamento do meu primo, pela primeira vez fui madrinha. Foi muito emocionante sim, mas eu fiquei tão nervosa por ele, por ela, por todos! Enquanto a noiva não entrou naquela capela, as borboletinhas se mexiam freneticamente dentro da minha barriga, como se eu é quem fosse me casar!

Sei lá, acho que tenho estado com os nervos à flor da pele! Todas as minhas sensações e sentimentos têm sido muito intensas! Nada têm passado em branco, e eu acho que eu gosto de como as coisas estão acontecendo. Acho que nunca estive tão bem comigo mesma, e por isso posso me dar ao luxo de me sentir nervosa, ansiosa, expectante... É muito bom saber que, embora de fato eu tenha me tornado uma pessoa mais racional nos últimos anos - talvez como mecanismo de defesa - eu ainda seja capaz de sentir tais sentimentos que mexem tanto comigo! É tão bom rir à toa, chorar de emoção, viver intesamente!

Isso pra mim é viver! \o/

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Surpresas

A vida é cheia de surpresas! O tiro vem quase sempre de onde nós menos esperamos!
Olha, quando eu cheguei no Brasil, eu procurei emprego em vários lugares, escolas de inglês, embaixadas e afins, e nada! Estava relutante em ir na Wizard, mas acabou que no fim eu resolvi ir lá. E ta aí! Depositei todas as minhas energias na Cultura Inglesa, na ALPS e acaba que descobri que na Wizard eles pagam bem melhor que nas outras e fica em cima da minha casa! Ou seja, procurando coisas lá longe, quando a solução estava bem embaixo do seu nariz! Isso é pra parar com a mania de super ou subestimar coisas e/ou pessoas!

Tem outras surpresas também. Eu tenho um amigão chamado Guto e ele sempre costumava dizer que as melhores amigas dele éramos eu e Gab. E por causa disso, eu tinha um ciúme danado da tal Gab. No fim das contas, hoje acho que eu possivelmente sou mais amiga da Gab do que do próprio Guto! É incrível como as pessoas surpreendem a gente! E eu descobri porque o Guto gostava tanto da Gab. Porque ela é simplesmente uma das pessoas mais especiais que eu conheço! Não tinha como ser diferente!

Ontem eu tava conversando com a Babi sobre "vontades que vêm do nada" e lembramos de coisas que de repente a gente ficava com vontade de fazer. Já aconteceu de dar vontade súbita de ficar com um amigo meu e no fim o infeliz acabar me fazendo apaixonar. Surpreendentemente aquela pessoa toma outro lugar na nossa vida! Não considerando que mulher tem uma facilidade incrivelmente idiota de se apaixonar, foi uma surpresa. Foi justamente aquela pessoa que, tipo, "NADA A VER", sabe?! Pois é...

Acho que deveríamos parar de criar expectativas em nossas vidas! Porque isso não existe! Eu tenho comprovado isso a cada dia, sempre acontece uma coisa que você nunca esperou! Tipo, meu primo Jairo - um galinha inveterado - se casar! Gente, o negócio tá tão dificil de acreditar, que minha mãe queria comprar o vestido pra ir no casório só dois dias antes, pra não correr o risco de comprar à toa! Isso, entre outras coisas...

Bom, pra ilustrar esse post, quem puder escutar a música Eu e a vida, do Jorge Vercilo, acho que vai começar a filosofar sobre as surpresas que a vida nos prepara. Tem no youtube, é muito boa!
"Cada ano a vida pede mais de mim, mais de nós, mais além..."

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

FANTASMAS

É impressionante como existem fantasmas na minha vida!
Não sei como é a de vocês, mas na minha sempre aparece aquele serzinho invisível pra me atormentar. É sério, gente! Algumas coisas, sentimentos, mágoas, pessoas, acontecimentos e arrependimentos, que você queria esquecer, mas quando acha que finalmente se livrou deles, reaparecem pra te lembrar que não é fácil esquecer. Ás vezes pra lembrar que algumas coisas são, não apenas difíceis, mas impossíveis.

Queria que a aparição desses fantasmas tivessem o mesmo gosto das outras coisas antigas. Como ouvir as músicas que você ouvia quando criança, por exemplo. Sábado passado fui no show de uma banda chamada THE FEVERS, é bem das antigas mesmo, e ele cantaram uma das músicas que mais marcaram minha infância, "Uni-duni-tê", do Trem da Alegria. Cara, eu fiquei muito emocionada! Eu pulava tanto, rodava, gritava, cantava, como se tivesse 6 anos de idade novamente - o que muitas vezes eu desejo! -, foi adorável. Uma deliciosa volta ao tempo.

Mas a sensação que às lembranças ruins trazem, não é agradável. É como se você não conseguisse se perdoar por coisas que aconteceram há 5 ou 10 anos atrás, mesmo sabendo que você ainda era um adolescente começando a dar seus primeiros passos em direção a assumir as consequências dos seus atos. Essa noite sonhei com um dos meus piores fantasmas, e sei que vão ser uns 3 dias no mínimo pensando sem parar em tudo o que eu poderia ter feito para que as coisas tivessem sido diferentes.

Essa conversa de "me arrependo só do que não fiz" é uma baita de uma mentira! Às vezes você simplesmente entra em desespero e não sabe o que fazer! E logicamente, acaba fazendo burrada. Como diria Guilherme Arantes, "vivendo e aprendendo a jogar". E a pior parte, é conseguir aceitar que o que foi feito, foi feito. E não tem mais volta.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Amados mestres

Tem professor que é tão sem noção, que às vezes eu paro e penso: "cara, esse bicho só pode estar de sacanagem!". Eu já tive cada professor maluco que não sei como não sou perturbada!

Quando eu estava na sétima série, eu tive um professor de história chamado Heitor. O cara era o maior carrasco. Todo dia era apostila de 10 páginas pra ler e mandava a gente elaborar 100 perguntas e respostas pra aula seguinte. E ai de quem inventasse uma pergunta cuja a resposta tivesse menos de 3 linhas! Foi traumático. Por trás, os apelidos variavam de "Floriano Peixoto, o coronel de ferro" ou até mesmo nosso nada-saudoso "Hitler".

E professor de matemática?! Quantos malucos já não rolaram?! Na sétima série teve o Elmano, um cara que fedia a cigarro + bala de hortelã, tinha os dedos pela metade e escrevia no quadro com uma das mãos por dentro da parte traseira da cueca - vulgo "local onde fica a bunda". No primeiro ano, foi o Lobão, um cabeludo que nunca tirava o boné. Já rolou até aposta de quem tinha coragem de tirar o boné dele, mas ninguém o fez. Mas com certeza o mais insano de todos, foi o do 2°/3° anos, professor Ricardo. Cachaceiro de cateirinha, saía da sala pra fumar de 5 em 5 minutos. O bicho era tão sinistro, que nunca fazia a chamada, mas ninguém matava aula dele. Embora ele fosse tão temido, um dia resolveu mostrar seu lado fraco. Chegou notoriamente embriagado pra dar aula. Com os botões da camisa todos abotoados nas casas erradas, ficou tão doidão que foi na sala dos professores, pegou um cacho de bananas e as detribuiu pra todo mundo. Isso depois de ter chamado uma guria quase negra, de galega. Esse era o cara!

Na faculdade não é diferente. Esse tal de Ofal é um maluco pervertido. Ele é gay e não sei se muito resolvido quanto à sua sexualidade, porque 99% das piadas que ele faz na sala, são de cunho sexual - e fortes. O cara passa umas compositions pra gente, com temas do tipo: "por que a humanidade vive uma vida tão superficial". Ele acaba com minhas terças e quintas. Sem contar com outras infinidades de seres estranhos que dão aula naquela UnB... vou te contar viu!

Com mestres bizarros como esses, imaginem que tipo de aprendiz eu fui, sou e continuarei sendo!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Finais

Tudo sempre tem um final neh, inclusive a vda. Mas confesso que eu não estou preparada pra lidar com finais e a dor que eles trazem.

O final do colégio foi horrível. A gente sempre fica pensando "Ai, ainda bem que acabou!", mas na verdade não é assim! De repente a gente olha pra trás, pra todas as coisas que aprontamos, pros amigos que fizemos, das vezes que nos reunimos na casa um do outro pra fazer trabalho em grupo, dos micos, das risadas, das paqueras... e bate uma saudade tão grande, que aí sim começamos a perceber o quanto é ruim que tudo esteja acabando...

E quando chegar a hora da faculdade vai ser a mesma coisa...! "Nossa, ainda bem!", e aí pensa-se na felicidade de passar no vestibular, na sua vida mansa de calouro, nas novas amizades, das farras, bebedeiras, pegações, professores malucos, matérias inúteis... e por aí vai...

Até final de novela dói! Quando você já acolheu os personagens dentro da sua casa eles têm que ir embora! E é por isso que a maioria das mulheres sempre choram em finais de novelas! Porque sempre têm que dizer adeus a personagens marcantes como Tonho da Lua, a Bebel, Petrucchio e Catarina, Coronel Boanérgis, Renato Mendes, Nazaré, Pescador Parrudo...

E uma viagem quando acaba? Não dá um nó na garganta (se a viagem foi muito boa)? De repente você já começa a sentir falta antes de ir embora... A preguiça de fazer as malas nada mais é que uma reação do seu cérebro, uma resistência a voltar pra casa. Aquela praia, o camarão no espetinho, o cheiro de maresia, andar de havaina onde quer que você vá, torrar no sol, mergulho no mar... Coisas assim não deveriam ter fim!

Mas eu acho que um dos piores finais, é fim de namoro. Não importa o raio do motivo que fez o namoro terminar, mas dói... e muito! Você lembra de quando se conheceram, de como tudo era perfeito no começo, dos planos que fizeram juntos, das risadas e choros, das brigas e das pazes feitas, das declarações de amor, presentes, surpresas, beijos, abraços, amassos... É tão difícil acreditar que investimos tanto em uma relação e de repente tudo começa a perder o sentido e o fim se dá como algo invevitável...! É muito triste... dá saudade... medo de arrependimento... recaídas... crises de choro... choro e mais choro... Mas é mais um final necessário...

A vida precisa ser renovada, em busca do futuro! Precisamos de novas "escolas", novos amigos, novos namorados, novas novelas...! Mas não podemos esquecer dos antigos também... Afinal, cada um deles nos ajudou a construir este ser que somos hoje. E temos muito a agradecer a cada pessoas que passa em nossas vidas. Algumas conseguem ficar, outras não. Algumas voltam depois de muito tempo, outras se perdem pra sempre. Assim é a lei da vida!

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Chamem esse post do que quiser!

Aiii que eu tô numa revolta com esse tal de destino, que nem me fale! Nem sei se acredito nele, mas por mais que você faça as coisas todas conforme o plano, algo tem que desandar pra fazer todos os planos darem errado! Não todos, mas boa parte deles!

A gente tem pressa de que todas as coisas boas aconteçam, somos impacientes - eu então, me Deusss, quem me conhece, sabe hahahaha -, não queremos esperar nem um segundo para que as coisas entrem nos eixos! Solução imediata para todos os problemas! Mas vaiii, não adianta espernear, tem que esperar ué! Vai fazer o que?! Desistir dos seus sonhos e planos? Jogar a toalha?!

Por que todas as pessoas que estudam não passam no vestibular ou em concurso na primeira tacada?! Por que não encontramos logo nossa alma gêmea na primeira tacada e evitamos toda aquela lenga-lenga de começar, desenvolver, analisar, terminar, arranjar outro e recomeçar todos o processo doloroso?! Por que não arranjamos logo na primeira tacada, aquele emprego dos sonhos, evitando aquela agonia de sair entregando curriculo, levando "nãos" na cara, e morrendo de medo de não ter dinheiro pra paga as dívidas?! Por que não emagrecemos logo no primeiro mês de malhação ou dieta, evitando aquele stress, baixa auto-estima, aquele ataque oculto ao chocolate debaixo do travesseiro?!

Ah, as coisas definitivamente têm seu tempo para acontecer e o incrível é que nunca é o tempo que queremos! Vá ser impaciente assim lá na casa do @#$%¨#@¨!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Eu não quero sofrer com a angústia de não saber o que fazer! Eu não quero me sentir uma idiota de ter olhado os dois lados da moeda antes de me decidir! Eu tenho um recado pro tempo: ei, você aí, quem não ajuda, não atrapalha viu?! Que coisa! O que fazer quando tudo o que você planejou começa a tomar um rumo muito diferente do que você imaginou? Alguém aí tem uma solução imediata para esse problema?!

sábado, 23 de agosto de 2008

Decisões

Ah que assunto chato! Eu sou uma pessoa muito indecisa! Eu nem sempre fui assim, mas hoje morro quando alguém diz: Escolhe aí! Não sei o que me fez ficar assim, mas a verdade é que eu não sou muito boa em tomar decisões. Preciso de um tempo monstro pra conseguir decidir alguma coisa e ainda assim a maioria das vezes tomo a decisão sem ter certeza se era isso mesmo o que eu queria. Fico imaginando como teria sido se eu tivesse decidido pelo outro lado, mas nunca vou saber o resultado disso né?

É por isso que a vida é cheia de riscos! A cada decisão tomada, ganha-se de um lado e perde-se do outro. É impossível se ter tudo o que se quer! E também percebi que toda decisão é dolorosa. Afinal, escolher o que é melhor pra você é abrir mão de certas coisas em busca da obtenção de outras. Nem sempre acertamos nas escolhas, mas devemos aprender a lidar com as consequências dos nossos atos. Às vezes bate o velho arrependimento, mas nem sempre dá pra correr atrás do prejuízo.

Essa semana tive que fazer algumas escolhas bem importantes. Com certeza a mais importante é escolher entre duas propostas de emprego. A decisão que eu tomei, me pôs em risco de ficar sem os dois, mas se eu não analisasse bem os dois lados da moeda, eu poderia fazer uma escolha ruim pra mim. É, acho que o mais importante na hora de tomar uma decisão é pesar os prós e os contras, para não ser injusta com você mesmo e nem com ninguém que estiver envolvido nessa decisão.

A minha outra decisão da semana, pôs em risco algo mais importante do que o emprego, mas muitas vezes é preciso parar pra pensar em que pé sua vida anda, e se é isso mesmo que você quer da sua vida. Tomar mais uma decisão. Leva tempo!

O importante é, sempre que errar, estar em busca de acertar. Escolher nem sempre é bom, mas com certeza é necessário. Afinal, a cada novo dia de nossas vidas, o destino nos pergunta: O que você REALMENTE quer?!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Família

Família é um negócio muito engraçado! A gente sempre acha que a do vizinho é melhor que a nossa. Que a nossa família só tem doido e que ninguém se entende. Que só a gente tem problemas. Mas a verdade é que todo mundo vai do céu ao inferno dentro da família. Pode até ser que sejam problemas diferentes, mas afinal, família nenhuma é perfeita, considerando que os integrantes delas são imperfeitos.

Esse FDS aconteceu algo que é raro pra minha família, mas para outras nem tanto. Saímos todos os membros da família juntos: eu, meu irmão, mamãe e papai. Algumas pessoas podem achar que isso é uma chatice e quererem se ver livres dessas "reuniões" familiares, mas eu confesso que sinto uma imensa falta disso. Mas isso já é de conhecimento popular, ninguém está satisfeito com o que tem. Se vc tem uma família unida, acha que passa tempo demais grudado neles; se você tem uma família que te dá muito espaço individual, acaba nem se sentindo membro de uma família.

E então lá fomos nós. No sábado, para um evento não muito agradável, o enterro do meu tio Anísio (que Deus o tenha). Embora essa situação trágica, pouca vezes eu vi minha família tão unida. E assim foi no domingo quando fomos pro batizado do Xandão. Todos juntos, inclusive sentados na mesma mesa e conversando. Alguns podem rir ao ler isso, porque parece ser a coisa mais normal do mundo, mas não é! Especialmente hoje em dia, onde essa mesma ferramenta que uso pra escrever meus textos pra vocês, separa tanto as pessoas. A verdade é que a tecnologia está ajudando a destruir as famílias. Estamos tão viciados na vida online que esquecemos da vida real.

E depois de morar sozinha em Londres, é que realmente caiu a ficha de como é bom ter minha família por perto. São eles que sabem quem é a verdadeira Daniela, sem máscaras ou inibições, com eles converso sobre tudo, debato, posso dar a minha opinião sem ter medo de repressão. Com eles choro, mas também rio muito. Com eles descubro coisas que existem em mim que até então estavam ocultas. Eles conseguem despertar os melhores - e às vezes os piores - sentimentos no meu coração. Foram eles que Deus escolheu pra serem meus melhores amigos e meu porto seguro em qualquer circunstância. Os únicos.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Adaptações

Voltei pro Brasil!
E tá tudo junto e misturado! É tão estranho esse processo de readaptação... Me pegar perguntando pro meu irmão onde ficam os pratos, ou ter que levá-lo num lugar de carro e não conseguir lembrar como andar pela minha própria cidade! É uma confusão danada! Tudo parece ter saído do lugar! Fui tomar banho e achei a ducha muito fraca! Olha só isso?! Logo eu que vivia reclamando dos chuveiros europeus - que não passam de um chuveirinho daqueles pra limpar a bunda -, mas pelo menos eu acho que sei a razão disso. Na Europa o chuveiro fica MUITO mais próximo da nossa cabeça. Meio que fugi do assunto, mas tudo bem.

Voltando ao negócio da adaptação, apesar de ser estranho, é um estranho bom. É tão legal começar a forçar minha mente pra lembrar o devido lugar das coisas, os caminhos a percorrer, os programas de auditório, o jeito descontraído dos brasileiros! Me sinto tão feliz em estar redescobrindo o lugar e a vida que eu sempre achei conhecer como a palma da minha mão! Me sinto um bebê, decifrando as charadas e caindo nas armadilhas, de vez em quando.

Mas acho que a parte mais gostosa, é receber o carinho das pessoas. No aeroporto estavam algumas das pessoas que eu mais amo no mundo. Não todas, claro, mas algumas bem importantes, e isso me fez sentir muito especial! É tão bom ser abraçado bem forte pelos seus amigos, sentir que realmente você fez falta! É tão maravilhoso atender o telefone e a pessoa do ouro lado dizer: "Oi lindaaa! Que saudades!", mesmo sabendo que daqui há um mês ou menos a mesma pessoa vai me ligar dizendo: "Ow sua biscate, por que vc não atende a bosta desse celular?!" kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk E até isso eu vou achar um máximo!

Estou tomada de uma felicidade difícil de explicar! Queria que ela durasse pra sempre! É, porque sei que essa lua-de-mel com meus amigos, minha familia, a UnB, Brasília, etc, vai passar mais rápido do que eu imagino. Logo logo começarão as brigas, reclamações, frustrações, stress...
Espero estar apta a lidar melhor com essas coisas, a partir de agora. Ser mais paciente, mais dedicada, mais compreensiva comigo mesma e minhas limitações...

A minha volta ao Brasil é muito mais que uma readaptação ao meus país, à minha vida, mas principalmente à nova Daniela que eu pretendo ser depois dessa experiência tão incrível!

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Despedidas

Bom, agora que estou há 15 dias de chegar no Brasil, estou com uma sensação muito estranha. Quarta-feira vou pra Alemanha e depois pra Itália e dia 09/08 estarei no Brasil, com a graça de Deus.

Se fosse há 2 meses ou mais atrás, eu estaria pulando de alegria, sem dormir de ansiedade, mas a verdade é que nos últimos dias comecei a sentir falta de Londres. Quando vou pra escola, dentro do ônibus eu não faço nada além de olhar pra cada pedacinho de tijolo, para cada letreiro em inglês, para cada esquisitice britânica... O fato é que eu odeio despedidas!

É sempre assim! Quando você começa a se apegar, tem que dizer adeus. Tenho uma super amiga que mora em Natal. Quando ela morava em Brasília, nós éramos inseparáveis, e de repente o pai dela resolveu voltar pra terra dele. Foi um tapa na cara! Foram os dois anos mais intensos da minha vida aqueles em que ela morou aqui, e até hoje dói muito saber que ela não está mais quando eu preciso dela. Outra coisa que a gente sempre tem que se despedir: babá / secretária do lar. Perdi as contas de quantas vezes me apeguei a alguma delas, e por alguma razão elas foram embora, como se fossem apenas funcionárias, como se já não fizessem parte da minha vida de nenhuma forma! Professores queridos, entes falecidos, modas, manias, viagens, músicas... Há sempre pra quem dizer "goodbye"!

Alguém já avisou que isso não tem a menor graça?! Poxa... por que eu não posso levar comigo meus amigos italianos, coreanos, espanhóis, poloneses, croatas...? Por que nunca podemos ficar com aquilo que amamos, sem correr o risco de algum dia ter que dizer adeus? Por que a vida tem que ser como um revezamento, onde alguém segura o bastão por algum tempo mas depois tem que passar adiante?

Depois de ter desabafado, penso... penso bem e penso que nós sempre levamos um pouquinho daquela pessoa ou lugar ou etc de que nos despedimos. Isso é o nosso passado. Eu trago um pouquinho daquela garota que adorava Chiquititas, um montão daquela que era louca pelos Backstreet Boys, um pouco da Klara (minha amiga de Natal), um pouco das loucuras do segundo grau, uma pitada da inocência do primeiro, a fé de quando fiz Escalada, o entusiasmo de quando passei na UnB... E assim, estou levando comigo um bastante de Londres... da Europa e tudo o que eu aprendi... Vai deixar saudades...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Promessas e juras

Esses dias vi online no orkut, uma pessoa que eu considerava minha amiga, e comecei a pensar sobre promessas. Estudávamos juntas no 2º grau e éramos muito amigas. Quando foi se aproximando o fim do ano de 2004, ela prometeu que isso não iria acabar com nossa amizade. Mas o fato é que acabou. Não serei hipócrita de dizer que não. Que ainda a considero minha super amiga e se ela dissesse isso eu não ia acreditar. Mas por que será que a gente vive fazendo promessa se não vamos cumprir?

Comecei a voltar no tempo e lembrar de tantas promessas não-cumpridas! E não só pelas outras pessoas, mas por mim também! Por mais que eu tente cumprir tudo o que prometo, nem sempre rola. Amigos fazem muito isso. E amigos supostamente devem sempre dizer a verdade. "Você promete que me conta tudo? Você promete que sempre vai dizer a verdade?" "Tá bom, eu prometo!". No dia seguinte a criatura aparece com a roupa mais brega que você já viu e você sorri como quem aprova. Tem alguns que até se arriscam e elogiam. Como somos hipócritas!

Mas eu desconfio de uma explicação plausível pra tudo isso. Nós, seres humanos, precisamos ouvir promessas! Estamos a cada dia clamando pra ouvir uma promessinha, uma jurinha que seja...! Afinal, qual seria minha reação se naquele final de 2004 a Adriana virasse pra mim e dissesse: "Então é isso... acaba por aqui, vamos ser realistas, não vamos nos ver mais mesmo, foi bom te conhecer!". Eu ia achar ela a maior otária! Tudo se resume a isso! Estamos em constante necessidade de uma promessa, mesmo que ela não seja cumprida!

Por isso, eu sugiro que, a partir de agora, todos nós, antes de abrir a boca pra fazer uma promessa ou jura, pensemos bem no que estamos falando! Que nos esforcemos ao máximo pra fazer todas as promessas serem cumpridas! Procurar os velhos amigos e deixar tudo em dia, não dizer "para sempre" pro seu próximo (a) namorado (a), não jurar pra sua mãe que vai estudar mais, ou até mesmo repensar as resoluções da noite de ano novo!

E como parte da minha primeira promessa cumprida, aí vai uma declaração pública de que o último post (Certo e Errado) foi inspirado num poema épico, abstrato, de autoria da dona Bárbara Elizabeth de Freitas! Inspiração!!!

Cumpram suas promessas!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Certo e Errado

Nos tempos antigos, a sociedade tinha regras implícitas e a maioria das pessoas cumpria. Hoje em dia, eu acho que as regras de antigamente viraram proibições e as proibições de antes viraram as regras de hoje. Por exemplo, ser virgem depois dos 20 é um absurdo pra maioria das pessoas. Casar virgem então, é uma utopia. E se você disser por aí que é virgem, prepare-se para ser metralhado pelo julgamento alheio. Ao contrário disso, antigamente quem não casasse virgem era apedrajado nas ruas. Por outro lado, hoje em dia uma mulher que tem 3º grau, mestrado, doutorado, que é independente, é admirada pela sociedade. Antigamente se uma mulher estudasse, a família virava motivo de chacota, visto que esse era o papel do homem.

O fato é que entra década sai década, somos bombardeados por conceitos, padrões e regras implícitas. Mas afinal, o que é certo? E o que é errado? E quem é que tem o direito de começar a ditar como devemos nos comportar? Ou como devemos falar? Ou com quem devemos nos relacionar?

Não foi uma nem duas vezes que eu perdi dias, semanas e até meses procurando uma solução para um problema, mas uma angústia me tomava por inteiro porque eu sempre estava a procurar qual seria a atitude certa. É certo magoar alguém? Não... Mas é certo se magoar também? O que é certo e o que é errado quando você não tem opções? Quando você já pensou em todas as possibilidades e ainda continua sem saber o que fazer? É errado querer arriscar o pescoço em busca do que você acha certo?

Eu acho impossível tentar impor um padrão. O mundo é louco demais pra isso. Eu e meu irmão fomos criados da mesma maneira. Entretanto, seguimos caminhos totalmente diferentes. Foi erro da minha mãe? Ou foi apenas maneiras diferentes de interpretar as regras, idéias e sentimentos? Por mais que você tente criar seus filhos de uma maneira, não espere que ele vá ignorar os próprios pensamentos, ideais e instintos por que você não concorda! As pessoas são muito individuais para aceitar qualquer coisa que alguém impôs. Axo que é por isso que a sociedade mudou tanto! Porque sempre teve alguém pra se rebelar e dizer: "Pro diabos! Eu não concordo!" e começava a espalhar as idéias que ele achava correto.

É por aí. Pensando bem, acho que não tem como saber o que é certo e o que é errado se a gente passar a vida toda pisando em ovos. O que é certo pra mim, pode ser errado pra você, e vice-versa. Se sua consciência estiver limpa, não há porque se sentir mal. Ás vezes pra descobrir a sua verdade - ou seja, o que é CERTO pra VOCÊ -, é preciso quebrar muito a cara. É preciso se magoar, magoar as pessoas que são importantes pra você... Mas isso, por mais errado que pareça, não é! Porque tudo isso é a sua corrida! São os erros em busca dos seus acertos!

domingo, 20 de julho de 2008

As pessoas

Como tem gente nesse mundo né?! No Brasil somos 190 milhões, é fácil achar gente de tudo quanto é jeito. Mas aqui na Inglaterra eles são, se não me engano, 40 milhões, e eu nunca conheci tanta gente diferente uma da outra!

Primeiro dia conheci uma mulher turca que namorou um sul-africano e teve um filho inglês. Cara de turco com olho azul. Ela turca com cara de chinesa. E a cada dia conheço gente mais estranha! Tirando a aparência, são as personalidades e costumes. Minha melhor amiga aqui é coreana. Cara redondinha, olhos quase fechados, uma ótima risada e, como todo oriental, um poço de paciência. E pensar que o mundo é tão grande, tudo tá tão bagunçado e globalizado, mas ainda há coisas que a chocam. Ver um casal gay na rua é o fim pra ela. Fica nervosa, se sente acuada. E nem gosta de pensar que ninguém é gay. Por mais que o cara esteja mostrando com todos os sinais que é gay, ela prefere não acreditar. Conheci uma finlandesa esses dias. Ela disse que no país dela todo mundo tem sauna em casa. E a sauna é ligada a – ACREDITEM OU NÃO – 80 ºC. Aqui também fiquei sabendo que os japoneses usam 3 alfabetos. Confirmei que franceses não são muito chegados a banho. Descobri que britânicos comem super mal. Que dá pra reconhecer um espanhol e um italiano só de ouvi-los falar inglês. Tive certeza que os brasileiros são os mais divertidos. Que garotas muçulmanas não são tão passivas como imaginava. Etc, etc, etc...

Tem essas coisas interessantes que enquanto estava no Brasil, nunca imaginei encontrar. Mas cara... como tem gente CHATA nesse mundo também! O troféu obviamente vai pra gerente tcheca do McDonalds, aquela cabrita desmamada que só não é mais chata por falta de espaço. Mas o segundo lugar, vai pro francês que mora aqui comigo. Como dizem por aqui, total PAIN IN THE ARSE! O cara ficou maluco porque algum gênio estava tomando banho e molhando todo o chão do banheiro, depois ficou maluco porque beberam água e não lavaram o copo, entre outras coisas idiotas mais. Vive esbravejando que limpa a casa mais do que os outros 6 moradores da casa, mas me diz: quem pediu pra ele limpar mais?? Limpa porque quer, porque é um otário! O cara já quase botou fogo na casa umas 5 vezes. Ou seja, incendiar a casa tudo bem, mas beber água e não lavar o copo na hora ou molhar o chão, nem pensar, né?! Ah, faça-me o favor...!

É estranho pensar como tem gente diferente. Religioso, pervertido, calado, extravagante, gay, bi, hetero, brincalhão, sério, estudioso, vagal, bêbado, careta, engraçado, tem os que tentam ser engraçados, os nervosos, calmos, solícitos, do tipo “to nem aí”, revolucionários, prestativos, infantis, maduros, neuróticos, naturebas, carnívoros, charmosos, feios, gostosos, bonitos, fedorentos, cheirosos, funkeiros, rockeiros, pagodeiros, sertanejos, românticos, galinhas, preconceituosos, medrosos, corajosos, coreanos, japoneses, brasileiros, senegaleses, finlandeses, espanhóis, italianos, poloneses, britanicos, asutralianos, paquistaneses, escoceses...

Às vezes penso que tudo depende do momento. As pessoas não reagem sempre da mesma forma. As pessoas não são as mesmas pessoas todo o tempo. Por isso que dizem por aí que quando "a bebida entra, a verdade sai". Porque a bebida tira as pessoas do sério. Quando estamos sóbrios, estamos concentrados em o que vão achar de nós ou nas consequências dos nossos atos. Isso não é apologia ao álcool, mas um convite ao ato de inebriar-se! Inebriar-se com a vida! Com a chuva, com uma paixão, com um sorriso, com a liberdade e com todas as verdades que inspiram! E assim deixar transparecer todas as pessoas que estão escondidas dentro de você!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Verdades e mentiras

Tem uma música que eu gosto que diz que "existem pessoas que dizem o que você quer ouvir. Até mesmo em um dia nublado, elas insistem em dizer que o céu está claro". Hoje a ouvi e comecei a pensar em verdades e mentiras. Tem gente que prefere ouvir uma mentira light do que uma verdade cruel. Eu particularmente, prefiro a verdade. A não ser que a verdade seja que eu engordei uns 5 kg desde que me mudei pra cá. O que, entretanto, não precisa ser uma verdade dita porque basta olhar no espelho. E pra isso tem outra música que diz: "Algumas palavras são melhores se não ditas". O pior é que eu também não gosto de dito por não dito. Pra mim, as coisas tem que estar sempre claras.

Mas existe uma linha tênue entre uma mentira light e uma verdade cruel. Eu tenho tido alguns problemas com meus últimos namorados. Parecem que eles sempre preferem abafar o caso pra evitar uma briga, porque já conhecem o meu gênio e sabem que quando eu invoco, sai de baixo. Mas como eu sempre aviso pra eles, é pior. Porque tudo começa a acumular, a raiva vai ficando guardada, a mágoa cresce e quando explode sobra pedaço pra tudo quanto é lado. Eu acho que eu prefiro ouvir a verdade até mesmo se a verdade for "pô, fiquei com outra pessoa" ou "você canta mal" ou coisa do tipo. Eu não estou dizendo que ia ser bom escutar, mas o fato é que o tal clichê "a verdade sempre aparece" é verdade! Nem que seja muito tempo depois, a pessoa acaba descobrindo.

Qualquer tipo de relação íntima, requer confiança e honestidade. Uma mentirinha light aqui, outra ali, tudo bem, mas já vou avisando que é perigoso. Das duas, uma: ou a pessoa fica viciada em contar inverdades e/ou a outra pessoa fica muito vulnerável. Todo mundo sai perdendo. O "mentiroso" não consegue mais lidar com o fato de uma hora ter que dizer a verdade e outro não consegue lidar com o fato de ter que ouvi-la e se desespera.

Mas também tem o outro lado da moeda. Às vezes as pessoas simplesmente não aceitam a verdade. Elas não acreditam no que ouvem e começam a ficar procurando razões pra se preocupar, pra se chatear, e enlouquecem se perguntando "onde foi que eu errei?!". A verdade existe, mas nem sempre tem uma razão de ser. Meu irmão quando era menor, adorava cebola. Agora ele odeia. Essa é a verdade. Sem razão nenhuma! Minha mãe não aceitava isso no começo, mas ele não sabia explicar. No último Ídolos, a vice-campeã era humilhantemente superior à vencedora. Mas perdeu. Sem razão aparente. Fazer o que?

Nem tudo o que planejamos dá certo. Dizer "pra sempre" e "nunca" tem se tornado cada vez mais decepcionante, porque a verdade é que é difícil prever o que vai acontecer no próximo capítulo da sua vida. É difícil entender porque nós mudamos tanto de pensamentos, sentimentos e convicções. Mas eu prefiro não viver num mundo de fantasia, porque a vida é cruel. Com todo mundo. Todo mundo já se decepcionou com um amigo. Todo mundo já levou um fora. Todo mundo já entrou numa roubada. Todo mundo já tirou nota vermelha. Todo mundo já desapaixonou da pessoa certa e principalmente se apaixonou pela errada. Todos nós temos experiências e histórias pra contar. E pra ser sincera, eu, verdadeiramente, acho a verdade muito mais atraente.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

O TEMPO

Alceu Valença um dia pensou numa coisa muito estranha e escreveu uma música, que aliás, uma das minhas preferidas dele: "a solidão é fera, a solidão devora, é amiga das horas, prima irmã do tempo e faz nossos relógios caminharem lentos causando descompasso em meu coração..."
Eu não sei se ele queria falar do tempo ou da solidão, mas vindo morar aqui em Londres, eu descobri que uma coisa está muito ligada a outra. Todos os meus amigos e familiares estão no Brasil e aqui eu me sinto muito sozinha, como já era de se imaginar. Divido um flat com 7 pessoas e ainda me sinto só. Como isso é possível? Eu xeguei a conclusão de que tudo é culpa do tempo.

As pessoas que vêm pra cá pra ficar um mês, dois meses, nunca se sentem assim. E foi assim comigo também nos dois primeiros meses. Eu não derramei uma lágrima. Tudo em Londres era perfeito pra mim, até que eu arranjei um trabalho no McDonalds... De repente o tempo foi ficando contra mim... Eu olhava no relógio e as horas nunca passavam. Eu sentia que trabalhava duas horas e quando via, só tinha se passado meia hora. Em oposição, o tempo que eu tinha depois da aula, passava voando. Eu chegava em casa, comia, tomava banho e num piscar de olhos já era hora de ir pra cama. Aqueles dias foram uma tortura. Cada minuto era como uma navalha abrindo minha pele de ponta a ponta. Eles também foram responsáveis por um gigantesco aumento na minha saudade de casa.

De repente tudo fazia sentido pra mim. Eu tinha vindo pra cá, não só pra melhorar meu inglês, mas pra aprender a dar valor a tudo o que eu tenho no Brasil. Daí todas as vezes que minha mãe falava que meu período aqui estava passando muito rápido, eu só conseguia pensar que ela estava louca! Pra mim tem sido uma eternidade! Não que Londres tenha se tornado o monstro que me apavora, mas estar aqui me fez enxergar o quanto eu sou feliz no lugar ao qual pertenço.

Agora é quase hora de voltar pra casa. E de repente o tempo está em câmera lenta de novo. Não consigo dormir, por conta da ansiedade, não sinto sono e fico vagando na internet até 2h da manhã. Hoje meu namorado disse: "Faltam 12 dias pra eu ir praí. Parece pouco, mas o tempo não passa!" E não é que ele tem razão?

Às vezes olho pra trás e penso em tudo o que vivi nesses quase 6 meses morando aqui. Foi tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo! Acho que precisaria de dois anos inteiros da minha vida normal pra sofrer tantas mudanças! Afinal, estou achando que nem sei mais se considero que tudo passou muito rápido ou muito devagar.

O fato é que é sempre assim. As coisas boas, tipo uma viagem pra Paris, duram uma semana no calendário, porém trinta minutos na prática. Coisas ruins, tipo trabalhar num lugar horrível fazendo coisas que você odeia, duram três meses no calendário, e uma eternidade na prática. Parece que o tempo está sempre a favor de nos ferrar. Quanto mais você deseja que algo dure muito, mais rápido será. E vice-versa.

O tempo ensina e castiga. Aprendi muitas coisas no meu "London time", mas também várias coisas me castigaram. Muitas coisas que aprendi ou percebi, só poderei colocar em prática quando eu voltar. E as coisas ruins que passei, não poderei apagar, mas compensar, talvez.

Algumas pessoas acham que eu odeio morar aqui. Algumas pessoas acham que eu sou infeliz aqui. Mas isso não é verdade. A tristeza que muitas vezes vocês vêem em mim, não tem nada a ver com Londres. Tem a ver com ficar longe de tudo o que eu amo. De nao ter batucadas, feijoadas, lambadas, abraços, gargalhadas! E de ter que aprender tantas coisas importantes em tão pouco tempo. E lidar com emoções. Também de ter que pensar e repensar no que estou fazendo da minha vida, no que vale a pena, do que estou abrindo mão e o que vou ter que mudar depois dessa experiência tão marcante.

sábado, 12 de julho de 2008

A guerra dos sexos (Parte I) - Amizades

Amizade é um negócio engraçado né?! Cada um tem seu jeito de se relacionar, de escolher os amigos, mas com o passar dos anos, nos vemos afogados em um mar de lendas e esteriótipos sobre a amizade.

Por exemplo, as mulheres. As mulheres brigam por qualquer coisinha, digamos assim. Todo mundo já ouviu dizer que a amizade entre os homens é mais forte do que entre mulheres. Eu costumava concordar com isso, mas analisando sob outro ponto de vista, eu percebi que não dá pra comparar. A diferença é que as mulheres são muito mais sensíveis. Pra um homem pode não ser grande coisa o melhor amigo dele ficar com a ex, mas pra uma mulher é o fim do mundo. Assim como pros homens é uma grande coisa você pegar a irmã do seu amigo, mas pra mulher isso não tem muita importância. Os homens dizem que as mulheres têm inveja umas das outras, o que pode até ser verdade. Até certo ponto. Nós mulheres inventamos o termo "inveja boa", que significa apenas que você se sente muito feliz por sua amiga estar em tal situação ou possuir tal objeto, ao mesmo tempo que você se sente infeliz por não estar na mesma situação. É muito difícil dividir essa questão toda da amizade entre sexos. Até porque onde pesa de um lado pra um sexo, o outro sexo vem e tira um pouco de peso, em contrapartida (isso tem hífen??). As mulheres brigam com mais frequência, mas têm a capacidade de perdoar mais facilmente. Os homens não brigam muito, mas são muito leais uns com os outros (o que às vezes pode representar um problema para as mulheres). Os homens não precisam de laços tão fortes de amizade. Apenas parceiros de futebol, festas, pegação. As mulheres jamais sobreviveriam sem um ombro amigo. São muito sensíveis. Se um homem briga com um amigo, ele toca a vida. Se uma mulher briga com uma amiga, a vida pára bastante.

Eu tive uma melhor amiga por 6 anos e depois tivemos uma separação brusca. Isso mudou totalmente minha vida. Eu comecei a reagir diferentemente para as diversas situações da vida e nunca mais pude arranjar uma melhor amiga. Me fechei para as amizades. Meu coração congelou. Claro que tenho amigas ainda, mas não consigo nomear a nº1 e me abrir com elas não é tão fácil quanto costumava ser. Na verdade, desde então cada vez que sofro, geralmente é um sofrimento calado e solitário. E choro bem menos também.
Do outro lado do sexo, meu irmão já brigou com vários "melhores amigos" e nunca o vi deprimido. Ele dava de ombros como quem diz: "Ah, fazer o que né?". E tocava a vida. E quando eu via, sem fazer nenhum esforço, o amigo tava de volta. Sem mais nem menos.

E ainda tem a questão de amizade entre homem e mulher, que muitos dizem ser mentira. Meu irmão sempre diz: "amigo de mulher é cabeleireiro". O que me lembra de uma outra situação corriqueira: mulheres com amigos gays. Está na moda. Eu particularmente acho uma pena toda essa generalização, ficarmos procurando esteriótipos para homens, mulheres e gays. Amizade entre mulheres existe. Entre homens também. Entre um homem e uma mulher também. Entre mulheres e gays também. Entre gays e gays também. Amizade não tem nada a ver com sexo. Amizade tem a ver com cumplicidade, confiança, partilha, diversão. Essa guerra é uma guerra fria. E ainda bem!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

A vingança

Alguém me pediu pra eu pensar sobre esse assunto para este post, mas receio que essa pessoa vai ficar um pouco desapontada com minhas conclusões. No fim, tudo não só ficará muito longe do apoio moral, mas passará bem perto de uma lição de moral.

Talvez porque eu já tenha sido vítima de uma vingança amarga, eu não tenha boas recordações no que se refere a essa palavra. Sim, já passou na minha cabeça me vingar. Acho que todos já pensaram nisso uma vez, porque em algum momento se sentiram injustiçados pelo erro de uma outra pessoa. A diferença é clara: erro, todo mundo comete, e sem querer. A vingança é um erro premeditado. Vingar-se de alguém é para pessoas que não reconhecem suas próprias limitações e não aceitam perder. E acima de tudo, uma imensa burrice.

Todos conhecem um cara chamado Shakespeare, que na minha opinião, era um expert no amor. Uma vez ele disse algo do tipo "vingar-se é tomar veneno esperando que o outro morra". Pode até ser que na hora da vingança, você sinta um bem-estar momentâneo, mas depois virá a ressaca moral, e você será a única pessoa a se sentir mal. Logo, logo a pessoa da qual você se vingou vai esquecer de tudo, tocar a vida, bola pra frente, enquanto você vai passar dias e dias, amargando seu ódio e seu sentimento de vingança.

A vingança é um dos prazeres momentâneos da vida. É como encher a cara até perder a noção. No outro dia você sabe que a ressaca e a dor de cabeça não te deixarão em paz. É como ir pra cama com alguém que você não ama. Na hora pode até ser bom, mas depois você vai sentir um vazio enorme por ter usado alguém e ter permitido-se ser usado. Vingar-se é abrir mão da sua dignidade em favor do seu orgulho ferido. É escolher a amargura ao invés da paz de espírito.

E um pouco mais humilde do que o inglês do amor, o grande mestre da comédia mexicana, Roberto Bolaños, inventou a frase da qual todos riem até hoje: "A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena". Mas ele nunca pronunciou uma frase tão correta.

Contanto, sugiro uma forma de se vingar daqueles que não gostam de você, te fizeram algum mal, ignoraram seu amor ou te iludiram: seja feliz. Deseje o bem pra eles. Nada como ser superior. Nada como provar que você não precisa de quem não precisa de você. Nada como provar que sua vida não vai parar porque alguém não te deu o valor que você merece.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

A força do pensamento

Hoje parei pra pensar que... aliás, parei pra pensar não. Acabei de perceber que tudo pode parar, menos o pensamento. Ao contrário do que Cazuza disse, sim, às vezes até o tempo pára. Mas o pensamento está sempre em constante troca, mesmo que você esteja pensando que não está pensando em nada.

Eu comecei a escrever porque achei que estava com muitos pensamentos na cabeça e tinha que deixá-los em algum lugar. Agora que tenho obrigação de escrever aqui - andei recebendo ameaças, né Jorge? hahaha -, fico louca todo dia, porque penso, claro, mas fico sempre procurando o melhor dos meus pensamentos e acaba que algumas vezes só penso em porcaria! Fico desesperada em perceber que às vezes acho que não terei nada pra compartilhar com vocês, mas sempre acabo escrevendo alguma coisa, mesmo que seja que nem hoje, sobre o simples ato de pensar.

E pensar que por mais que pensemos, não pensamos o suficiente. Estamos sempre fazendo burradas e falando: "Fiz (ou falei) isso sem pensar!". Mas será possível que embora passemos o dia todo pensando ainda temos tempo para não pensar? Sei que parece viagem, mas culpo o pensamento pelos maiores fracassos e vergonhas de nossas vidas. Afinal, sempre se faz uma burrada por não ter pensado ou deixamos de fazer algo que poderia fazer uma grande diferença em nossas vidas por pensarmos demais.

Eu já fui uma pessoa impulsiva. E tem gente que ainda acha que eu sou. Mas se me conhecessem no passado, saberiam o quão comedida eu sou. Eu já fui uma louca. Uma vez cheguei a terminar com um namorado por não gostar do novo corte de cabelo dele. Claro que eu não disse pra ele que esse foi o motivo. E claro que esse não era o único motivo. Mas me motivou! Será que fiz isso sem pensar, ou não continuei com ele por pensar demais?

A conclusão a que chego é: precisamos pensar menos, porém mais. Afinal, o que diabos eu estava pensando quando resolvi escrever esses pensamentos toscos?!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Manual da felicidade

No domingo eu estava tendo uma conversa muito profunda com a minha amiga Mayara e ela me fez a seguinte pergunta: "Dany, será que é tão complicado assim ser feliz?" Eu disse que não, que a gente é que complicava. E parece que esse assunto tem martelado a cabeça das pessoas, porque igualmente, minha colega de quarto, minha querida tagarela polonesa, Ania, estava às voltas com este pensamento também. Tanto que depois de ter afirmado que tem uma ótima família, um emprego que ela ama, amigos incríveis, mas que sofria demais no amor, me disse: "Eu não sei porque as pessoas acham que eu sou tão feliz, alegre e sorridente. Sendo que eu não sou!" Na hora que ela falou isso, eu não respondi nada, porque lembrei que várias vezes eu também tinha achado que eu não era feliz, mas que sabia disfarçar muito bem porque meus amigos todos me achavam sempre muito pra cima.

Daí eu parei pra pensar, que afinal, estamos todos errados. Vivemos idealizando, achando que a felicidade é ter tudo que queremos, o que é uma grande mentira. A luta é bem mais nobre do que a vitória. O caminho que você percorre para alcançar os seus objetivos é que faz de ti, um vencedor. E sim, para os céticos uma má notícia: Deus pôs a felicidade "escondida" debaixo de nossos narizes. Parece ser clichê, mas ela está nas coisas mais simples da vida.

Se meus amigos da UnB se sentem feliz em ir pro bar mais furreca da Asa Norte e encher a cara até alguém dar a idéia de brincar de "Eu nunca" e todo mundo confessar os seus segredos mais ímpios, que seja! Sim, a felicidade estava naquele copo de cerveja! Se meus amigos da Escalada se sentem feliz passando 3 dias em uma cidade no meio do mato trabalhando que nem condenado pra um bando de adolescente, cantando a musiquinha do "se eu fosse um porquinho com o meu rabinho eu iria louvar", que seja! Sim, a felicidade estava naquela capela! Se minha família se sente feliz se reunindo na casa da minha avó, comendo churrasco, jogando dominó e dançando forró até o dia terminar, então que seja! Sim, a felicidade estava naquele lote em Brazlândia! Se meus amigos de longas datas se sentem felizes dirigindo até o Itiquira sem nem saber onde ficava, com dois recém-motoristas no comando, enquanto os passageiros cantavam músicas infantis dos anos 80/90 e depois passar o dia inteiro dentro duma cachoeira gelada, que seja! Sim, a felicidade estava naquela reserva natural!

O que eu estou tentando dizer, é que ser feliz não é realizar todos os seus sonhos. Porque se um dia eu realizar todos os meus sonhos, eu vou ficar é muito triste. Afinal, se eu realizar todos, não terei mais nenhum pelo qual lutar, e eu acredito que os sonhos é que fazem a gente cometer atos malucos como morar em Londres sozinha ou ir pagar mico participando das audições do Ídolos. E são essas experiências que fazem a nossa felicidade. É indo atrás dos nossos sonhos que vivemos histórias emocionantes e conhecemos pessoas que ficarão pra sempre em nossas vidas. E é assim que se é feliz. Aceitar a nossa condição e entender que o sentido da vida é saber viver!

domingo, 6 de julho de 2008

Aprender

Lá estavam eles no metrô hoje. Um papai, uma mamãe e 3 filhinhos. Provavelmente com 1 ou no máximo 2 anos de diferença, sendo que o mais velho tinha no máximo 7 anos. Eles queriam comer, enfiar a mão no saco de balinhas, mas a mãe controlava, ensinando-os a serem pacientes e a dividir tudo por igual. O pai carregou a menor no colo e contou porque o trem andava rápido. E depois explicou ao mais velho o que eram os três trilhos por onde passa o metrô. A família.

É tão bom quando sempre tem alguém que ensina e explica tudo pra gente... E como quando somos crianças nada nos ilude... Porque a infância é um conto de fadas, e não uma mentira. Não é que o Papai Noel não existe, é que ele só aparece para as crianças. Lembro que meu pai chegava do trabalho, buzinava do portão e eu entrava no Passat branco dele. Sentava no colo e posicionava minhas mãos sobre às dele, e então eu era capaz de dirigir. Porque no fim o carro entrava na garagem. E era eu que fazia ele entrar.

E então chega uma hora em que temos que aprender tudo sozinha. Nunca me esqueço do dia que eu pedi pra minha mãe marcar uma consulta no dentista e ela disse: "Pega o número e liga. Você já sabe fazer isso!" O quão aterrorizante foi aquilo. Eu só não queria - e continuo não querendo, embora agora ciente de que no fim das contas, não tem jeito mesmo - desatar os nós. Porque agora, é tudo comigo. E o que mais dói aprender, não é pagar as contas, controlar a saudade e a solidão, aprender a andar sozinha numa cidade estrangeira ou abrir uma conta no banco. É aprender que a vida é cheia de pequenas ciladas, das quais a gente nunca está realmente preparado pra se livrar. E aí vem aquela angústia que te leva à loucura, porque você simplesmente não sabe o que fazer! Você tenta conversar com seus amigos e até recorre aos seus pais em certas ocasiões (afinal, eles sempre te ensinaram tudo! Parece que não existe uma coisa que eles não saibam fazer). Mas acontece, que sim, há uma coisa que eles não são capazes: viver a sua vida. E você se vê totalmente sozinho com uma bomba prestes a explodir. Que fio cortar: azul ou vermelho?

quinta-feira, 3 de julho de 2008

O medo nosso de cada dia

Tem uma coisa que acontece comigo que não sei se acontece com vocês. De repente eu estou pensando em alguma coisa e paro pra me censurar. Como diria meu pai "auto me censurar-me a mim mesma" (hehehehe só pra quebrar o clima de assunto sério)!
Acho que eu tenho tanto medo do que os outros vão pensar que eu mesma começo a controlar o que estou pensando e sentindo, até mesmo sabendo que a mente é o único lugar onde eu estou longe do julgamento alheio. Só Deus sabe o que se passa na minha cabeça e pra Ele nem que eu quisesse eu nao conseguiria disfarçar.

Por que será que temos tanto medo? Eu já ouvi várias pessoas dizendo: "eu não me importo com o que os outros vão pensar" ou provavelmente até já proferi essa frase, mas até que ponto isso é verdade? Nós vivemos em uma sociedade que partilha idéias, conceitos, opiniões e padrões o tempo inteiro. Como não se importar com o que o mundo acha do seu comportamento?
Eu tenho tantos medos... Medo de altura... medo da morte... medo da morte de alguém muito próximo... medo de um sentimento acabar... medo de perder mais uma amizade... medo de chegar no fim do meu curso e descobrir que não é isso que eu quero... medo de ter um filho... ou de nunca ter... medo de assuntos hospitalares em geral... medo de não ir pro céu... medo de tannnta coisa... Eu me considero uma pessoa medrosa.

Mas quando é que esse medo sai da linha do aceitável e se torna prejudicial? Você muda seus hábitos, age de uma determinada forma (que depende da pessoa com quem você está lidando no momento), foge da responsabilidade de ter que tomar decisões importantes, adia conversas que podem mudar demais a sua vida, atravessa a rua sempre na faixa, só diz pra alguém que você está apaixonado se você tiver certeza de que essa pessoa também gosta de você, não experimenta, não ousa, não arrisca, não aposta, não acredita no seu potencial porque tem medo de falhar...

Depois de escrever tudo isso, eu fiquei com mais medo. Estou com medo de estar vivendo uma vida vazia por causa dos meus medos, que me impedem de agir como meu coração sugere. Me tornei racional. E racionalmente estúpida.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

O que o mundo espera de nós

Vir estudar em Londres foi um grande passo na minha carreira. Na Tradução a gente sempre comenta isso: morar um tempo fora do país é obrigatório pra quem quer trabalhar traduzindo. Confesso que até agora só tinha pensado no lado bom da coisa. Melhorar meu inglês, ser imersa em uma cultura da qual eu posso me aproveitar para entender como funciona a língua, e tudo mais que uns tempos abroad podem trazer de benéfico. Mais uma vez citando meu amigo Thomaz - impressionante o quanto ele mexeu comigo em 15 minutos de conversa no msn - que disse uma frase um tanto quanto repleta do que eu inocentemente não esperava encontrar: "Nossa, Dany, seu inglês deve estar mágico!". Quando ele disse isso, parecia um tapa na minha cara.

Eu odeio cobranças. E comparações. Eu lembro que quando eu estava quase terminando o segundo grau, meu pai ficava constantemente me comparando aos meus primos. Sobrinhos deles que ele morre de orgulho. Uma é formada em Contabilidade na UnB e o outro em Economia, na UnB também. Os dois na casa dos 25 anos e concursados. Aliás, um deles ganha tanto dinheiro que não deve nem saber com o que gastar. Minha mãe também costumava me comparar com a filha de uma amiga dela. Enfim, cobranças são coisas que me metem medo! Eu detesto desapontar as pessoas que eu amo, mas infelizmente sou um ser humano e nem sempre vou corresponder às expectativas. Eu não correspondo nem às minhas próprias expectativas, como agir com quem espera demais de mim?

Não, meu inglês não está mágico. Com certeza está bem melhor do que quando eu saí do país, mas poxa, não está perfeito! Está bom. Eu adoraria que quando eu voltasse pra faculdade as pessoas não dissessem algo tipo "pergunta pra Daniela, ela morou em Londres, deve saber" ou "com certeza a Daniela sabe mais que todo mundo aqui, afinal, ela morou em Londres", ou qualquer coisa do gênero. Quem me conhece sabe o quanto eu sou insegura. Principalmente com meu inglês. Sei que pra estar nesse negócio de tradução eu deveria estar confiante, mas pra falar a verdade, eu não estou. E quero ter o direito de não ser julgada por isso.

É tão ruim quando todas as esperanças são depositadas em você... Quando seus pais dizem: "Filha, isso tudo é pra que você tenha o que nós não pudemos ter ou não vamos poder te dar"
Eu estou com medo de voltar pra casa, sinceramente. Sofrer a pressão de ter fazido valer a pena cada centavo que foi gasto com essa viagem.

Afinal, o que o mundo espera de nós??